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Chávez pode convocar referendo para ampliar reeleição

Presidente venezuelano promete propor votação para acabar com o limite no número de mandatos consecutivos caso oposição boicote eleição de dezembro

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse nesta quarta-feira que irá convocar um referendo para tornar ilimitável o número de reeleições a que poderá concorrer, caso a oposição venezuelana boicote as eleições presidenciais de dezembro - uma ação que lhe permitiria estender sua permanência no poder para além de 2012. Segundo a constituição venezuelana aprovada no segundo ano do governo Chávez, em 2000, o presidente só pode concorrer uma única vez à reeleição. Desta forma, o líder bolivariano é elegível para apenas mais um mandato de seis anos, que será disputado em dezembro. "Nós perguntaríamos se o país concordaria que um presidente, nesta caso Chávez, possa se lançar a reeleição indefinidamente", disse o presidente, referindo-se ao possível referendo, durante uma coletiva de imprensa no palácio presidencial. "Esta é uma possibilidade que não afetaria a democracia, porque caberá ao povo decidir." Para os líderes da oposição venezuelana, Chávez é autoritário. Ainda assim, segundo pesquisas recentes, ele continua popular entre a população, e deve vencer as eleições de dezembro. Muitos rivais de Chávez anunciaram planos de concorrer ao pleito, mas boa parte deles concordaram em participar de primárias para que apenas um candidato de oposição seja escolhido. Outros, no entanto, anunciaram que podem boicotar as eleições caso o Conselho Eleitoral não tome medidas firmes para garantir a transparência do voto. Nas eleições legislativas de dezembro passado, todas as 167 cadeiras da Assembléia Nacional foram conquistadas por partidários de Chávez. Na ocasião, os principais partidos da oposição boicotaram o pleito, alegando falta de confiança no sistema eleitoral do país. Para membros de alguns dos partidos que participaram do movimento, o boicote foi um tiro pela culatra, pois agora a oposição não possui voz no parlamento. Chávez argumenta que a manobra teve por objetivo criar boatos sobre o sistema eleitoral, pois a oposição não possuiria apoio popular para vencer.

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