Chávez quer mudar fuso horário

Governo venezuelano pretende atrasar relógios do país em meia hora para distribuição igualitária da luz solar

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Por NYT e REUTERS E EFE
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Em nome do "socialismo do século 21", o presidente venezuelano, Hugo Chávez, mudou o nome do país, redesenhou a bandeira nacional e aperfeiçoou o brasão do Exército. Agora, na busca de um Estado socialista, Chávez quer dividir mais um elemento de maneira igualitária entre os venezuelanos: a luz solar. Em seu programa dominical Alô, Presidente, o líder bolivariano revelou sua intenção de mudar o fuso horário atual da Venezuela atrasando em meia hora os relógios do país. Em seu discurso, Chávez vinculou a nova medida ao seu plano de reduzir a jornada de trabalho no país de 8 para 6 horas. O presidente acredita que ao reduzir as horas trabalhadas, a produtividade nacional vai aumentar e a mudança do fuso horário causará um "efeito metabólico positivo" nas pessoas. Segundo o ministro de Ciência e Tecnologia da Venezuela, Héctor Navarro, a medida visa a distribuir a luz do sol de maneira mais "justa". Navarro afirma que a mudança vai ajudar crianças pobres que são obrigadas a acordar de madrugada para ir à escola. "Estudos científicos determinaram que a atividade metabólica dos seres vivos está sincronizada com a luz do sol", afirmou na quinta-feira. O ministro explicou que a nova medida será aplicada em três semanas. "Estamos esperando a melhor oportunidade para fazer a mudança antes do início das aulas." Navarro afirmou que o novo horário do país será estabelecido quatro horas e meia abaixo do fuso horário de Greenwich. Ele adiantou que o governo deve anunciar mais medidas para "tornar o uso do tempo mais eficaz". O horário atual da Venezuela está em vigor desde os anos 1960. VENDA DE ARMAS A Rosoboronexport, empresa estatal russa de exportação de armamentos, negou ontem que tenha assinado um acordo para vender 98 aviões Ilyushin-114 para a Venezuela. A informação foi divulgada pelo jornal russo Vremya-Novostei. A Rússia é a principal fornecedora de armas da Venezuela. Nessa semana, Chávez anunciou a compra de 5 mil fuzis Dragunov e em junho, disse que seu governo estava negociando a compra de cinco submarinos russos para "defender a revolução venezuelana".

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