
10 de janeiro de 2012 | 03h01
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, reuniu-se ontem, em Caracas, com seu colega venezuelano, Hugo Chávez. Foi o primeiro dia da viagem na qual Teerã pretende fortalecer os laços do Irã com os países latino-americanos hostis aos EUA. Hoje, o iraniano viajará para a Nicarágua para acompanhar a posse de Daniel Ortega, que se reelegeu para um terceiro mandato, e, nos próximos dias, para Equador e Cuba, onde deverá se encontrar com Fidel Castro.
Ao receber o iraniano, à tarde, Chávez reafirmou que venceu o câncer e disse pretender continuar trabalhando com Teerã "para frear a loucura imperialista". Ele defendeu o programa nuclear iraniano e comentou em tom de brincadeira que a mídia do "imperialismo" disse que ele e Ahmadinejad se reuniram em Caracas para atacar Washington "com uma bomba". "Nós certamente vamos trabalhar muito para (fabricar) umas bombas, uns mísseis, para continuar uma guerra. A nossa guerra é contra a miséria e a pobreza", disse Chávez. "O combustível dessas bombas é o amor, pelos povos e pela liberdade. Nós amamos todos os povos, incluindo o povo americano que sofre sob o domínio dos arrogantes. Sempre estaremos juntos", brincou Ahmadinejad.
A oposição a Chávez criticou duramente a visita.
"Discutiremos questões regionais e internacionais", disse o iraniano à France Presse antes de embarcar para Caracas, afirmando que os povos da América Latina "despertaram" e os EUA já não fazem o que querem na região. Ainda ontem, Chávez qualificou de "injustificada" e "arbitrária"a decisão dos EUA de expulsar no domingo a consulesa venezuelana em Miami, Livia Acosta, e disse que é uma demonstração da "prepotência do império ridículo". / AFP e AP
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