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Chávez vê conspiração dos EUA contra Evo Morales

Líder venezuelano afirmou que tem provas de que a embaixada americana em La Paz está tentando incitar os militares contra Evo Morales

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente venezuelano Hugo Chávez acusou no domingo a Casa Branca de "esquentar" as orelhas de alguns militares da Bolívia pra conspirar contra Evo Morales, como já tinha insinuado antes em Chapare, região no centro do país andino e tradicional campo de cultivo de coca. Chávez fez a afirmação durante o programa "Alô Presidente", realizado na cidade de Tiahuanaco, na Bolívia. O programa contou com a participação de Morales e foi transmitido pelo canal estatal boliviano. O chefe de Estado venezuelano afirmou que tem provas de que a embaixada americana em La Paz está tentando incitar os militares contra Evo Morales. "Quando Bush disse estar preocupado com uma suposta erosão na democracia é porque, e tenham certeza, há um plano contra a Bolívia e o embaixador é o chefe deste plano", afirmou. O polêmico governante pediu aos militares bolivianos que não ouçam as insinuações americanas e se mantenham junto ao seu povo. Negativa As Forças Armadas da Bolívia, por sua vez, negaram nesta segunda-feira qualquer contato com o governo dos Estados Unidos. "Particularmente nunca fui procurado. Não tenho conhecimento de nada, ignoro essa situação", disse nesta segunda-feira o comandante-em-chefe das Forças Armadas, Wilfredo Vargas, ao ser questionado sobre o assunto. Vargas afirmou que a instituição militar deve estar consciente de "que o país precisa se desenvolver em harmonia, dentro de um processo de coordenação entre todas as suas instituições". Acrescentou que "as épocas dos golpes militares ficaram para trás", em alusão às etapas ditatoriais que precederam o restabelecimento da democracia boliviana, em 1982. Vargas fez tais declarações após participar da cerimônia de comemoração do 185º aniversário do Batalhão Presidencial "Colorados de Bolívia", presidida por Morales, que em seu discurso disse ter "muita confiança" nas Forças Armadas e "muita vontade" de que estas "participem do processo de desenvolvimento do povo boliviano". O chefe de Estado avaliou também que, "nestes últimos meses, nos últimos dias, falar das Forças Armadas também é falar das mudanças que estão sendo implementadas pelo Governo nacional, que está recuperando a dignidade dos bolivianos". Morales destacou os 75% de aprovação obtidos pela instituição militar em uma pesquisa publicada neste fim de semana pela imprensa local. É o índice mais elevado da história, segundo seus dados. Considerou que a melhora da imagem dos militares se deve a sua participação na nacionalização dos hidrocarbonetos, anunciada no início deste mês e que consistiu na ocupação dos campos de gás natural e de petróleo no país por parte dos militares. Morales ordenou nesta segunda-feira às Forças Armadas que abandonem essa tarefa, embora não tenha explicado os motivos de sua decisão.

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