Chavismo aposta em campanha eletrônica para amplificar mobilização

Opositor Henrique Capriles prefere estratégia de contato direto com o eleitorado

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Foto do author Luiz Raatz
Por Luiz Raatz e CARACAS
Atualização:

CARACAS - Com poucas aparições públicas, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, tem apostado numa "campanha eletrônica" para amplificar a mobilização de sua base para a eleição presidencial de outubro. O opositor Henrique Capriles, por seu lado, adota a estratégia contato direto com o eleitorado, semelhante à qual o próprio Chávez utilizou em sua primeira vitória, em 1999.

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"A pré-campanha foi completamente dominada pelo câncer do presidente e por rumores", disse o diretor do instituto, Luis Vicente León. "Como o presidente tem se dirigido aos venezuelanos por meios virtuais, como o Twitter, cabe aos assessores conduzir a campanha."

Outros institutos, frequentemente citados pelos chavistas para exacerbar o favoritismo do presidente, indicam vantagem ainda maior. Além disso, Chávez tem a seu favor a empatia provocada pela doença em uma boa parcela do eleitorado, ainda que esse efeito seja temporário.

A organização da campanha de Chávez está a cargo do Comando Carabobo, grupo formado pelos 27 governadores e candidatos a governos estaduais e batizado em referência a uma das batalhas de independência venezuelana. Ele é chefiado por um ex-presidente do Conselho Nacional Eleitoral.

Atos públicos. Até 1.º de julho, quando começa oficialmente a campanha, a pré-campanha chavista planeja uma série de atos públicos para mobilizar os partidários do governo, segundo a assessoria do Partido Socialista Unificado da Venezuela (PSUV).

"O governo manipula a doença", afirmou o analista Óscar Reyes, consultor do canal estatal TVES. "A recidiva do câncer foi anunciada pouco mais de uma semana após a vitória de Capriles nas primárias da oposição. Desde então só se fala disso."

Na TV estatal e redes sociais, o chavismo aposta no discurso de desespero da oposição diante das pesquisas e na estratégia de colar nos rivais a pecha de antipatriotas.

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Desde que voltou de Cuba, na sexta-feira, no entanto, Chávez dirigiu-se aos venezuelanos uma única vez no Twitter. Já Capriles, percorre o país em uma campanha "de porta em porta". O objetivo do opositor é tornar-se mais conhecido no interior. "O risco que Capriles enfrenta com essa estratégia mais tradicional é não conseguir massificar sua mensagem", ressaltou León.

 

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