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Chefe da FAO pede mais ação contra a pobreza e a fome

Por Agencia Estado
Atualização:

Se a prioridade dos países é reduzir a pobreza e a fome, então é preciso encaminhar mais dinheiro para isto, disse hoje em Havana o senegalês Jacques Diouf, diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). "Não entendo como se pode dizer que a prioridade é a luta contra a pobreza e estarem sendo reduzidos os recursos" para combatê-la, disse Diouf. "O mais fundamental dos direitos humanos é o de existir... e não se pode existir sem comer", acrescentou em entrevista à imprensa. O funcionário, que participa desde segunda-feira na capital cubana de uma conferência regional da FAO que termina amanhã, indicou que houve uma redução de 40% nos empréstimos para a agricultura no período de 1990 a 1999. Nesse mesmo período, os recursos destinados pelos países a seus setores agropecuários caíram 43% em termos reais, assegurou. Se se pretende cumprir a meta fixada em 1996 de reduzir pela metade, até 2015, o número de pessoas famintas em todo o mundo, é preciso aumentar os recursos. "Estou convencido de que se trata de um problema político, e não técnico; sabemos o que temos de fazer", acrescentou o funcionário. Diouf disse esperar que os países que participarem, entre 3 e 10 de junho, da Cúpula Mundial de Alimentação em Roma falem com franqueza. "É preciso explicar... e acompanhar as declarações com ações". As nações desenvolvidas, disse, destinam cerca de US$ 311 bilhões de dólares à agricultura. "Como os países em desenvolvimento podem competir com essa diferença?", perguntou. As estimativas da FAO indicam que, dos 6 bilhões de habitantes do planeta, cerca de 815 milhões padecem de fome. A meta para 2015 é reduzir esse número para no máximo 400 milhões de pessoas. Pela primeira vez, em 2000 a curva de crescimento do número de pessoas famintas no mundo sofreu uma alteração, e a cifra foi reduzida em 6 milhões, indicaram membros da FAO participantes do foro. No entanto, para alcançar a meta fixada pelos chefes de Estado, a redução deve ser de pelo menos 22 milhões de pessoas por ano, disse Diouf.

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