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Chefe das Farc queria colegiado no seu lugar

Segundo canal colombiano, caberia a esse grupo preparar transferência de comando para dois membros do secretariado que estariam na Venezuela

Por BOGOTÁ
Atualização:

BOGOTÁ - O líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Alfonso Cano, morto no sábado, instruiu seus subordinados a organizar um colegiado para liderar a guerrilha após sua morte, informou ontem o canal de televisão colombiano RCN. Segundo a reportagem, caberia a esse grupo liderar a guerrilha e preparar a transição para um dos dois líderes históricos do secretariado ainda vivos: Timochenko e Iván Márquez.O colegiado, ainda segundo a RCN, seria formado por Pablo Catatumbo e os suplentes Pastor Álape e Bertulfo. Acredita-se que Timochenko e Iván Marquez estejam na Venezuela. As informações teriam sido extraídas de computadores apreendidos na operação que matou Cano. Ontem, o general Oscar Naranjo, diretor da Polícia Nacional colombiana, disse ainda estar à espera de uma definição sobre o novo comando da guerrilha. "Estamos ansiosos para saber quem será o cabeça do grupo", disse. "Imediatamente começaremos a examiná-lo de perto, com equipes que o neutralizarão."Segundo Naranjo e o comandante do Exército, general Sergio Mantilla, as Farc têm atualmente 8,5 mil membros, e o Exército de Libertação Nacional (ELN), 2 mil. Grupos paramilitares e traficantes contam com 4 mil homens. De acordo com as autoridades, ainda se estuda como será paga a recompensa de US$ 2,6 milhões às diversas pessoas que colaboraram com a localização de Cano. Os generais evitaram comentar sobre a suposta presença de Timochenko e Iván Márquez na Venezuela. O governo de Caracas nega que guerrilheiros das Farc atuem em seu território. O governo colombiano afirmou também que o material apreendido no esconderijo de Cano, no Departamento (Estado) de Cauca está sob custódia e será submetido a novas análises. Foram achados 7 computadores e 39 pen drives.Desde 2008, o governo intensificou sua ofensiva contra a guerrilha. Líderes do secretariado como Raúl Reyes, Mono Jojoy e Cano foram mortos em operações militares. O fundador do grupo, Manuel Marulanda, morreu de causas naturais. / AP e EFE

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