PUBLICIDADE

Chefe das tropas no Afeganistão aprova decisão de Obama

Comandante das forças internacionais pediu envio de 40 mil soldados; presidente vai mandar 30 mil militares

Por Efe
Atualização:

O chefe das tropas internacionais no Afeganistão, general Stanley McChrystal, emitiu um comunicado após o discurso público do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, parabenizando o líder pela iniciativa de enviar mais 30 mil soldados para o país asiático. O general afirmou que, nos próximos meses, o objetivo principal da Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf) será melhorar a segurança e apoiar aos aliados afegãos enquanto o Exército e a polícia afegãs se desenvolvem para assumir a responsabilidade pelo país.

 

Veja também:

link Plano de Obama para guerra afegã custará US$ 30 bi no 1º ano

link Governo e oposição criticam novo plano 

video Vídeo: Discurso de Obama no canal da Casa Branca no YouTube

Publicidade

Obama anunciou o envio de 30 mil soldados ao Afeganistão, que se juntarão aos 100 mil (68 mil deles americanos) que já estão no país, e fixou o mês de junho de 2011 como data para o início da retirada. Em setembro, McChrystal tinha alertado a seu governo sobre o risco de fracasso no conflito afegão se não houvesse uma revisão da estratégia e o envio de mais tropas para somar força aos aproximadamente 100 mil soldados presentes no Afeganistão - deles, 68 mil americanos.

 

Segundo McChrystal, a maioria dos reforços será usada em conjunto com o resto das tropas para missões de combate, enquanto outra parte será utilizada em tarefas de formação do Exército e da polícia afegã. O objetivo é poder melhorar a segurança e transferir a responsabilidade de sua supervisão às forças afegãs "assim que as condições permitam", afirmou o próprio McChrystal, em comunicado publicado horas antes da entrevista.

 

As autoridades afegãs fixaram em cerca de 400 mil homens - 160 mil policiais e 240 mil soldados - o necessário para a proteção do país, mas McChrystal afirmou, na entrevista coletiva, que levará "pelo menos quatro anos" para alcançar esse número. "O compromisso (...) é ter forças e capacidades suficientes, e essas capacidades podem ser diferentes no tempo para apoiar as forças afegãs para que tenham elas uma capacidade suficiente e equivalente", disse o general.

 

Em seu comunicado, McChrystal tinha associado o êxito no Afeganistão a um esforço internacional que integre elementos civil e militar, mas, diante da imprensa, acrescentou que não quer "aniquilar os taleban", mas "convencê-los". "Há alguns taleban aos quais será provavelmente muito difícil convencer, um núcleo duro de ideólogos ou gente com certas agendas, mas não acho que a grande maioria esteja nessa categoria", afirmou à imprensa o general americano.

 

Além disso, afirmou, no Afeganistão operam também membros da rede terrorista Al-Qaeda, um número "nunca grande, com um papel que não é o típico de combate direto, mas de trabalhar junto aos grupos insurgentes, como os taleban".

 

"A revisão liderada pelo presidente proporciona uma maior clareza na missão militar e os recursos para realizar nossa tarefa", disse McChrystal, que aplaudiu "a determinação e o compromisso" mostrados por Obama em seu discurso na academia militar de West Point.

 

Este foi o ano com maior registro de mortes nas tropas internacionais no Afeganistão, com quase 500 baixas, vítimas das ações dos insurgentes taleban, cada vez mais assentados em grande parte do país.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.