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Chefe de segurança da Cidade do México sobrevive a atentado e acusa narcotraficantes

Omar García Harfuch foi atacado por dezenas de pistoleiros; três pessoas morreram

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Por Redação
Atualização:

CIDADE DO MÉXICO - O secretário de Segurança Pública da Cidade do México, Omar García Harfuch, sobreviveu nesta sexta-feira, 26, a um atentado realizado por dezenas de pistoleiros na capital, no qual morreram três pessoas, e culpou um poderoso cartel do narcotráfico.

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O funcionário, que levou três tiros e está fora de perigo, culpou o Cartel Jalisco Nova Geração (CJNG), um dos mais violentos e com maior presença operacional no México, segundo as autoridades.

"Esta manhã, fomos atacados covardemente pelo CJNG. Dois companheiros e amigos meus perderam a vida", tuitou Harfuch, 38, referindo-se à sua escolta. Uma mulher que dirigia pelo local também morreu e uma jovem ficou ferida.

"Nossa nação deve continuar enfrentando o covarde crime organizado. Continuaremos trabalhando", acrescentou o secretário.

Policiais ocupam área em que Omar Garcia Harfuch foi ferido na Cidade do México Foto: Pedro Pardo/AFP

Sem mencionar nenhum grupo específico, o presidente Andrés Manuel López Obrador afirmou que o ataque tem a ver, "sem dúvida", com o trabalho dos órgãos de segurança.

Soldados patrulhavam o perímetro do hospital onde Harfuch está internado, informou o secretário de Segurança do México, Alfonso Durazo, que classificou o ataque de covarde.

Câmeras de segurança registraram o momento em que um caminhão estacionou no meio do Paseo de la Reforma, na luxuosa região de Lomas de Chapultepec. De seu interior, cerca de 20 indivíduos aguardavam com grandes armas para a emboscada. Outros permaneceram em cima do veículo, de onde se organizavam e miravam, aparentemente à espera de García Harfuch, segundo imagens divulgadas pelo canal Televisa.

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Peça chave contra o crime

Alfonso Durazo detalhou que foram usadas no ataque armas de grosso calibre, entre elas um fuzil Barrett. Segundo ele, a escolta neutralizou um dos responsáveis e prendeu outro, enquanto 12 suspeitos foram detidos em uma operação posterior.

O Ministério Público da capital informou que entre os 12 detidos há um colombiano, cuja identidade não foi revelada, e que participaram da ação pelo menos 28 pessoas. Também foram apreendidas armas de fogo e granadas.

Segundo Durazo, a acusação contra o CJNG é uma das hipóteses investigadas. "Por trás deste atentado está uma organização criminosa consolidada, dado o poder de fogo mostrado", assinalou o ministro, confirmando que, há uma semana, houve ameaças de um grupo criminoso contra funcionários da segurança, sem citar a organização. 

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A prefeita da capital, Claudia Sheinbaum, informou que o atentado ocorreu às 6h35 locais e lembrou que Harfuch participou de "prisões importantes relacionadas ao crime organizado". Como chefe da agência de investigação criminal do Ministério Público, ele foi fundamental para a captura de líderes do crime organizado.

Na Zona Metropolitana do Vale do México, composta pela capital e sua vasta conurbação, operam cerca de seis grupos do crime organizado, incluindo o CJNG, conforme relatado na quinta-feira pelo secretário de Defesa Nacional, Luis Crescencio Sandoval.

Apesar da crescente violência registrada no México há mais de uma década, a capital mantém uma relativa calma frente a outras regiões do país, onde o crime organizado atua com mais impunidade.

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Desde dezembro de 2006, quando o governo lançou uma operação militar antidrogas, até maio passado, foram registrados 290.474 assassinatos, de acordo com dados oficiais, que não detalham quantos desses casos estariam relacionados à criminalidade. Nesta sexta-feira, 14 corpos foram encontrados em uma estrada no estado de Zacatecas. /AFP

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