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Chefe do exército americano faz visita à Rússia

Peter Pace vai tratar de assuntos referentes à cooperação militar

Por Agencia Estado
Atualização:

O chefe do Estado-Maior Conjunto do Exército dos EUA, o general Peter Pace, chegou à Rússia neste domingo para consultas com o chefe do Exército russo, Yuri Baluyévski, informou um porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia. "Serão abordadas questões relativas à cooperação militar bilateral e às crises internacionais mais em destaque", assegurou o coronel Viacheslav Sedov porta-voz do Ministério às agências de notícias russas. O general americano, nomeado chefe do Estado-Maior em abril de 2005, também vai manter encontros com representantes do Ministério de Assuntos Exteriores, o Conselho de Segurança e o Senado russo. Pace, que vai ficar na Rússia durante três dias, visitará a divisão de desembarque aéreo número 76 em Pskov, perto do mar Báltico, onde assistirá a manobras militares. Em São Petersburgo, vai se reunir com oficiais do alto escalão do distrito militar. Um dos assuntos que serão abordados durante a visita de Pace serão as manobras militares conjuntas "Torgau-2006", que deveriam ter sido realizadas em setembro no território russo e que foram adiadas para 2007. Segundo o Ministério da Defesa, o problema está no fato de que a Rússia se nega a oferecer ao pessoal americano o status especial exigido por Washington. "A renúncia à jurisdição sobre os contingentes estrangeiros que chegam ao país contradiz a legislação da Rússia", assinalou um alto cargo militar. O titular da Defesa, Serguei Ivanov, reconheceu recentemente que o problema é a ausência de "base jurídica". "A Rússia assinou com a Otan um documento ´Sobre o status das forças´, mas este não foi ratificado, por isso nunca entrou em vigor", ressaltou Ivanov. As manobras deveriam ser realizadas na região russa de Nizhni Novgorod, situada cerca de 400 quilômetros ao leste de Moscou. Outro assunto presente na agenda do encontro serão as vendas de armas, no que ambos países mantêm claras divergências devido aos contratos assinados por Moscou com países que tem problemas com Washington como a Síria e o Irã, e também com potências como a China. Segundo relatório emitido pelo Congresso americano, a Rússia foi o maior exportador de armas do mundo em 2005, com mais de US$ 7 bilhões em contratos, ficando com 23,2% do mercado. Em segundo lugar figurou a França, com US$ 6,300 bilhões e em terceiro os Estados Unidos com US$ 6,200 bilhões e 20,5% do total. A Rússia afirma que os EUA, que tinha vendido US$ 9,400 bilhões em armamento em 2004, proclama razões como a segurança e a luta contra o terrorismo para ficar com o controle do mercado de venda de armas.

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