Chefe do Taliban paquistanês diz que grupo negocia, mas não baixa armas

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Por SAUD MEHSUD
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O chefe do Taliban paquistanês disse que o grupo militante está disposto a negociar com o governo, mas não a baixar suas armas, em uma mensagem de vídeo entregue à Reuters nesta sexta-feira. O vídeo, de 40 minutos, é divulgado após três ataques do Taliban na cidade de Peshawar este mês: um ataque com vários homens-bomba no aeroporto, o assassinato de um político sênior e outros oito em um ataque a bomba, e o sequestro de 22 forças paramilitares na quinta-feira. Os ataques destacam a capacidade do Taliban para atacar alvos de alto perfil, bem protegidos, mesmo que a parcela de território que controla tenha diminuído e seus líderes sejam pegos por aviões teleguiados dos EUA. "Nós acreditamos no diálogo, mas não deve ser frívolo", afirmou Hakimullah Mehsud. "Pedir-nos para baixar as armas é uma piada." No vídeo, Mehsud está sentado segurando um fuzil ao lado de seu vice, Wali ur-Rehman. Oficiais militares dizem que houve uma divisão entre os dois homens, mas Mehsud afirmou que isso era propaganda. "Wali ur-Rehman está sentado aqui comigo e vamos estar juntos até a morte", disse Mehsud, apontando para o companheiro. Autoridades paquistanesas não responderam imediatamente aos pedidos para comentar. O Taliban disse em uma carta divulgada na quinta-feira que queria que o Paquistão reescrevesse a Constituição em conformidade com a lei islâmica, rompesse sua aliança com os Estados Unidos e parasse de interferir na guerra no Afeganistão e se concentrasse na Índia, em vez disso. Mehsud se referiu ao assassinato do político sênior em seu discurso e disse que o partido dele, o Partido Nacional Pashtun Awami, vai continuar a ser um alvo, juntamente com outros políticos. O Paquistão deve realizar eleições em março. O atual governo, que chegou ao poder há cinco anos, fechou um acordo com o Taliban em 2009, que permitiu à milícia controlar o vale de Swat, a menos de 100 quilômetros da capital, Islamabad.

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