Chefe dos Fuzileiros filipino é exonerado por tentativa de golpe

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Por Agencia Estado
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O comandante dos Fuzileiros das Filipinas, vice-almirante Renato Miranda, foi exonerado por seu suposto envolvimento na tentativa de golpe de sexta-feira passada, segundo confirmação do Ministério da Defesa filipino. Ao confirmar a exoneração de Miranda, o capitão-de-mar-e-guerra Charlie Holganza admitiu que um relatório dos serviços de inteligência do Exército mostrou que os membros dessa força tinham ameaçado retirar seu apoio à presidente, Gloria Macapagal Arroyo, se ele fosse exonerado de seu cargo. "Tínhamos informações de que toda o corpo de Fuzileiros apoiava incondicionalmente Miranda. Pelo visto não é verdade", acrescentou o capitão, ao negar que vários membros dos Fuzileiros tinham começado a se mobilizar para derrubar o Governo de Macapagal Arroyo. Holganza disse que está sendo realizada uma investigação sobre o suposto envolvimento de Miranda na conspiração para derrubar o governo. A demissão de Miranda acontece depois de o Governo anunciar na sexta-feira que um general do Exército, um capitão-de-mar-e-guerra dos Fuzileiros e um diretor da Polícia filipina foram afastados de seus cargos por suposto envolvimento em um golpe de Estado nesse mesmo dia. Contudo, no quartel-general do Exército, em Manila, uma grande confusão foi gerada pelo capitão-de-mar-e-guerra Ariel Querubim, que se recusa a obedecer ao comando do novo chefe, o contra-almirante Nelson Aliaga, e convocou o povo a realizar uma "revolta popular". Querubim foi citado pelo Governo filipino como um dos oficiais que planejava retirar o apoio à presidente Macapagal Arroyo no marco da celebração do 20º aniversário do fim da ditadura de Ferdinando Marcos. A situação está confusa porque o porta-voz do Exército, o major Bartolomé Bacarro, disse que Querubim está sob custódia, mas este oficial tem dado entrevistas por telefone aos principais meios de comunicação filipinos. O palácio de Malacañag, sede da Presidência, emitiu nota dizendo que Miranda foi destituído a pedido próprio e que Querubim seria detido, mas a ordem parece não ter sido acatada pelos Fuzileiros. Horas depois da detenção de altos oficiais militares, Macapagal Arroyo anunciou a neutralização da tentativa golpista e declarou um estado de emergência nacional. Vários civis, assim como padres e monges, além de religiosos conhecidos pela oposição à presidente estão rezando ao redor do quartel-general do Exército. A governante defendeu sua decisão de tomar essa medida afirmando que é necessária para sufocar as tentativas de derrubar seu Governo, embora a oposição e o setor civil considerem a situação como uma maneira de intimidar e silenciar seus críticos.

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