Chefe militar britânico nega ter afrontado governo

O Daily Mail publicou a entrevista com o título: "Chefe do Exército declara guerra contra Blair"

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Por Agencia Estado
Atualização:

O chefe do Exército do Reino Unido, general Richard Dannatt, afirmou nesta sexta-feira não ter afrontado o governo de Tony Blair ao pedir a retirada imediata das tropas do país no Iraque. Em declarações ao jornal Daily Mail, Dannatt advertiu que se os soldados britânicos não abandonarem imediatamente o Iraque, a situação da segurança no país irá piorar. Após comparecer esta manhã ao Ministério da Defesa, o general, expressou sua surpresa pela repercussão de suas afirmações. O general disse que suas declarações foram tiradas de contexto. O Daily Mail publicou a entrevista com o título: "Chefe do Exército declara guerra contra Blair". Diante da polêmica, Dannatt, que ocupa há menos de dois meses o cargo de chefe do Estado-Maior do Exército, afirmou que o pedido de uma retirada imediata das tropas não quer dizer que estas não tenham que concluir primeiro o trabalho no Iraque. "O que quis dizer foi que, quando nossa missão estiver completa, devemos ir embora", afirmou. "Já estamos no Iraque há 3 anos e meio, e isso nos põe sob grande pressão, assim como a nossos parceiros da coalizão. Portanto, ao fim da missão, devemos ir", afirmou. Segundo Dannatt, as Forças Armadas não querem ficar no Iraque por mais "dois, três, quatro ou cinco anos". "É preciso pensar nisto em termos razoáveis. Quando o trabalho estiver feito, é preciso ir embora", disse. O oficial negou ter tido a intenção de afrontar o primeiro-ministro Tony Blair e o ministro da Defesa Des Browne, com quem assegura manter uma relação normal. "Minha única intenção é falar sobre o que é melhor para as Forças Armadas. Esse é o meu trabalho", afirmou. O governo britânico afirma que as tropas do Reino Unido estão no Iraque atendendo a um pedido do Executivo do país. A oposição pediu a governo que esclareça se houve alguma mudança de política no Iraque, enquanto os liberais afirmaram que a estratégia do Executivo no país árabe "está fracassando".

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