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Chefe paralímpico da Ucrânia ameaça deixar Jogos de Sochi se Rússia invadir

Moscou afirma que as tropas presentes na Crimeia integram unidades locais de autodefesa

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Por Redação
Atualização:

SOCHI - O principal dirigente paralímpico da Ucrânia, Valeriy Sushkevich, disse nesta sexta-feira, 7, que sua equipe vai abandonar os Jogos Paralímpicos de Inverno se a Rússia invadir o país, mas disse esperar que a competição seja capaz de difundir a paz.

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"Se houver uma escalada no conflito, uma intervenção no território do nosso país, Deus nos livre do pior, não poderemos permanecer aqui, iríamos embora", disse Sushkevich em entrevista coletiva.

A Rússia realiza os Jogos em Sochi, um balneário do mar Negro a poucas centenas de quilômetros da península ucraniana da Crimeia - onde o Ocidente acusa Moscou de ter violado a soberania de Kiev, assumindo o controle de instituições militares e governamentais.

Moscou diz que os homens armados presentes na Crimeia, única região da Ucrânia onde a etnia russa é majoritária, são integrantes de unidades locais de autodefesa. O presidente russo, Vladimir Putin, se diz no direito de enviar tropas para proteger seus compatriotas, mas afirma que por enquanto isso não é necessário.

Muitos países cancelaram os planos de enviar ministros e membros da nobreza para os Jogos de Sochi em decorrência dos acontecimentos na Crimeia, cujo Parlamento regional aprovou nesta semana a incorporação da península à Rússia, a ser confirmada em referendo no dia 16.

Sushkevich disse ter mantido uma conversa "calma e reservada" com Putin. "Repeti minha única solicitação, a única e mais importante solicitação, de que antes e durante (os Jogos) haja paz", disse ele, acrescentando que o líder russo respondeu que pensaria a respeito.

"A equipe ucraniana, além de torcer por bons resultados, chegou com esperanças colossais de paz, paz no nosso país, na Europa, no mundo. A maioria está ciente do colossal perigo para a paz e para os direitos de todas as pessoas terem paz na atual situação."

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Putin disse em entrevista coletiva na terça-feira que qualquer boicote à Paralimpíada por causa da Ucrânia seria "o cúmulo do cinismo"./ REUTERS

 

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