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Chegam os corpos; acentua-se debate sobre guerra em Londres

Por Agencia Estado
Atualização:

Com a chegada ao Reino Unido dos corpos dos primeiros dos 24 militares mortos no Golfo, reemerge novamente o debate sobre a adesão do país à iniciativa bélica dos Estados Unidos. Causaram grande repercussão as declarações feitas ontem ao tablóide Daily Mirror pelo ex-ministro das Relações Exteriores, Robin Cook, que defendeu o retorno imediato das tropas britânicas do Iraque "antes que mais soldados sejam mortos". Ontem à tarde, numa entrevista de rádio, Cook - que renunciou há duas semanas do posto de líder trabalhista na Câmara dos Comuns por causa da posição do governo sobre o Iraque - recuou, afirmando que, já que as tropas estão no Golfo, é preciso "terminar o trabalho contra Saddam Hussein". Mas o estrago estava feito e as opiniões de Cook refletem a preocupação de uma ampla parcela da sociedade britânica, que se opôs ao envolvimento do país no conflito. Ao longo do fim de semana, voltaram a surgir nos jornais do país artigos colocando em xeque o futuro do primeiro-ministro Tony Blair por causa do desgaste com a guerra. Cai por tema o lema Está caindo por terra também o lema adotado pelos governos de Washington e Londres de que essa seria uma guerra de "libertação" do Iraque. Até o momento, não houve a esperada adesão dos iraquianos à ofensiva militar contra Saddam Hussein. Por enquanto, também não houve a constatação de que o governo iraquiano detém armas de destruição em massa. Com isso, tanto George Bush e Blair deverão se esforçar nos próximos dias para reencontrar o que os analistas qualificam o "imperativo moral" para justicar a guerra. Incidentes como a morte de mais de 50 civis num mercado de Bagdá no sábado também dificultam o esforço de relações públicas dos governos dos Estados Unidos e Reino Unido. Economia vai mal Como pano de fundo desse clima de enormes incertezas sobre o desenrolar da guerra, investidores salientam que os fundamentos técnicos da economia norte-americana continuam a emitir sinais preocupantes, como a queda do índice de confiança entre consumidor es medida pela Universidade Michigan. Os países europeus também estão revendo para baixo as suas estimativas de crescimento para este ano. Em resumo, a semana inicia num tom marcado pela preocupação e cautela entre os investidores internacionais. Veja o especial :

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