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Cheney defende acesso a dados financeiros de americanos

Quebra de privacidade seria mais uma de uma série do governo republicano

Por Agencia Estado
Atualização:

O vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, defendeu neste domingo que o Pentágono e a CIA obtenham documentos financeiros de pessoas suspeitas de terrorismo ou espionagem, mesmo sem a necessária permissão judicial. "É uma atividade perfeitamente legítima. Não há nada de errado ou ilegal. Não viola os direitos civis das pessoas", disse Cheney em uma entrevista ao canal de televisão "Fox News". O jornal "The New York Times" revelou em seu site que o Governo enviou as chamadas "cartas de segurança nacional" a bancos, empresas de cartões de crédito e a outras companhias, nas quais solicitaram informações sobre alguns clientes. As empresas, em geral, "entregaram os documentos de forma voluntária, permitindo que os investigadores examinassem as transações e os recursos financeiros de militares e civis americanos", informou o jornal. Cheney assinalou que o Departamento de Defesa "tem autoridade legítima nesta área. "É uma autoridade que possui há três ou quatro décadas, e que foi reafirmada na Lei Patriota, aprovada pelo Congresso após os atentados de 11 de setembro de 2001", afirmou. O FBI é a principal agência do Governo encarregada do contra-terrorismo e da contra-espionagem em território nacional, ao tempo que o Departamento de Defesa e a CIA concentram suas atividades no exterior. No entanto, Cheney defendeu o papel do Pentágono dentro do país. "O Departamento de Defesa se envolve, pois temos muitas bases dentro dos Estados Unidos que são alvos potenciais dos terroristas", disse. Desde os atentados de 11 de setembro, o FBI enviou esse tipo de cartas a milhares de empresas, mas não se sabia que o Pentágono e a CIA também o faziam, segundo o jornal, que baseou sua reportagem em entrevistas com funcionários que não foram identificados. Ambas as agências solicitaram diversas vezes ao Congresso o poder para emitir cartas de cumprimento obrigatório, mas suas solicitações foram negadas, em parte devido aos "perigos de que aumentem seu papel na espionagem dentro do país", de acordo com o "The New York Times".

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