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Cheney e senador trocam farpas sobre retirada no Iraque

Vice-presidente americano e líder democrata bateram boca pela imprensa para sustentar posições opostas sobre lei que estabelece cronograma para o fim da guerra

Por Agencia Estado
Atualização:

O vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, acusou nesta terça-feira, 24, o líder democrata no Senado Harry Reid de perseguir uma estratégia derrotista para o Iraque, com o objetivo de angariar votos em seu reduto eleitoral. O senador respondeu às acusação de Cheney classificando-as como latidos do "cachorro de ataque" do presidente George W. Bush. A dura troca de insultos veio apenas algumas horas depois do presidente anunciar que vetaria as últimas tentativas do Congresso de vincular o financiamento da guerra a um cronograma para a retirada das tropas americanas no Iraque. "Alguns líderes democratas parecem acreditar que uma oposição cega à nova estratégia no Iraque é boa política", disse Cheney. "O senador Reid disse pessoalmente que a guerra do Iraque irá render mais assentos ao seu partido nas próximas eleições." "É muito cinismo declarar que a guerra está perdida porque você acredita que isso te dá vantagem política", continuou o vice-presidente. Cheney justificou suas declarações em frente às câmeras afirmando ter decidido fazê-las para expressar sua frustração pessoal com Reid, que na semana passada disse a repórteres que a guerra estava perdida. A afirmação também sublinha as tentativas da Casa Branca em tentar barrar os esforços democratas para pôr um fim à guerra. Opinião pública Embora Bush tenha votos suficientes para sustentar um eventual veto, os democratas dizem ter a opinião pública a seu favor - o que, para eles, obrigará Bush a pensar duas vezes antes de barrar a nova lei. "Não se trata de uma questão política", disse a líder da Câmara dos Representantes (deputados), Nancy Pelosi. "Eu respeito a posição do presidente. E gostaria que ele respeitasse a nossa, que é um reflexo do que a população quer." Reid, por sua vez, criticou as declarações do vice-presidente. "Eu não entrarei numa troca de insultos com o chefe dos cães de ataque da administração", disse Reid. A legislação que será proposta pela maioria democrata no Congresso até o fim dessa semana deve liberar US$ 124,2 bilhões para o financiamento das guerras do Iraque e Afeganistão. O repasse do montante, entretanto, estará vinculado a uma determinação para que os Estados Unidos comecem a retirada das tropas em 1º de outubro - ou até mesmo mais cedo, caso o governo iraquiano não consiga progredir em estancar a violência sectária que castiga o país. Poder de veto Bush, por sua vez, prometeu permanecer firme em sua promessa de usar o poder de veto para barrar a medida. "Eles decidiram fazer uma escolha política", disse o presidente em pronunciamento nesta terça-feira. "É um direito deles, mas é errado para as nossas tropas e para o nosso país. Aceitar a lei proposta pela liderança democrata seria aceitar uma política que contradiz diretamente as avaliações de nosso comando militar."

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