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Chile: Judiciário justifica omissões durante a ditadura

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Corte Suprema, Hernán Alvarez, justificou ontem as omissões dos tribunais em assuntos de direitos humanos durante a ditadura do general Augusto Pinochet alegando que o regime militar lhes negou e ocultou informações. O reconhecimento, pelo Judiciário, de suas omissões ocorre na véspera de uma decisão da Justiça sobre se Pinochet deve continuar sendo processado por 57 execuções e 18 seqüestros de opositores que aconteceram no início de seu regime,cometidos por uma comitiva de militares conhecida como Caravana da Morte. Alvarez disse que os tribunais não atuaram com eficiência durante o governo de Pinochet porque "não contaram com uma efetiva colaboração das instituições - o que ficou claro agora, através da Mesa de Diálogo -", não lhes foi dada a informação que pediam ou a verdade lhes foi "diretamente ocultada". Um informe oficial de 1991 assinala que a ditadura deixou 3.197 mortos, dos quais 1.200 figuram como detidos desaparecidos. A Mesa de Diálogo- Uma comissão convocada pelo governo para reunir informações sobre os desparecidos - conseguiu juntar pela primeira vez e durante 10 meses, militares, ativistas de direitos humanos e representantes das igrejas católica e protestantes. Seus principais resultados foram um inédito reconhecimento, por parte das Forças Armadas, de graves abusos cometidos por homens de suas fileiras e um informe que entregaram ao presidente Ricardo Lagos em 5 de janeiro, onde indicaram o destino de 200 desaparecidos políticos.

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