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China abole campos de trabalho e abranda política do filho único

Congresso chinês oficializa mudanças em duas práticas históricas de Pequim

Por REUTERS e AP
Atualização:

PEQUIM - A imprensa estatal chinesa noticiou no sábado, 28, duas importantes mudanças adotadas pelo Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo, o principal órgão legislativo de Pequim: o fim dos campos de "reeducação" e um importante abrandamento na chamada política do filho único. Ambas as medidas haviam sido previamente anunciadas em novembro, mas foram oficializadas ontem. De acordo com a decisão, casais poderão ter dois filhos, caso um dos pais seja filho único. Como as restrições ao tamanho das famílias está em vigor na China desde os anos 70, grande parte da população atualmente em idade de ter filhos é formada por filhos únicos. A China tem uma taxa de reprodução superior a de vizinhos como Taiwan e Coreia do Sul, mas a política do filho único vem se tornando cada vez mais impopular entre chineses. A outra decisão – o fim dos campos de trabalho forçado para "reeducação" – foi tomada porque o atual sistema de Justiça chinês tornou esse recurso "supérfluo", segundo as agências de notícia chinesas. Estima-se que atualmente 160 mil chineses estejam trancados em 260 desses campos, estabelecidos nos anos 50, pouco após a revolução chinesa. Autoridades de Pequim costumam enviar aos campos de reeducação viciados em drogas, traficantes, prostitutas, mas também pessoas que denunciam a falta de liberdade de minorias. A expectativa é que parte dessas instalações seja convertida em centros de reabilitação para usuários de drogas.

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