06 de fevereiro de 2021 | 09h25
A agência reguladora de medicamentos da China (NMPA) concedeu neste sábado, 6, aprovação para uso condicional da Coronavac para o público geral. A vacina contra a covid-19 desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac já fazia parte do programa nacional de imunização e estava sendo utilizada por grupos considerados de alto risco para a doença desde julho.
Chega ao Brasil carga da China que vai permitir fabricação de 8,6 milhões de doses da Coronavac
"A aprovação comercial condicional se baseia nos resultados de ensaios clínicos de fase 3 realizados em países estrangeiros. Os dados definitivos ainda não foram obtidos, e os resultados de eficácia e segurança requerem posterior confirmação", disse a empresa em comunicado.
A decisão foi tomada a partir de dados preliminares da fase final dos testes realizados em países como Brasil e Turquia, que ainda estão em andamento. A aprovação condicional significa que a vacina agora pode ser administrada no público em geral, mesmo sem a finalização dos estudos clínicos. A empresa deve continuar o processo de submissão dos dados das pesquisas.
A vacina recebeu autorização de uso emergencial na China em julho, o que permitiu que trabalhadores de saúde e funcionários de estatais fossem imunizados. No país, a vacina também deve ser aplicada em duas doses, com intervalo entre 14 e 28 dias, em pessoas acima de 18 anos.
Ao todo, 20 mil voluntários participam dos testes de fase 3 da Coronavac no Brasil, Turquia, Chile e Indonésia. Em comunicado divulgado na sexta-feira, 5, a empresa apresentou dados de eficácia dos testes realizados no Brasil pelo Instituto Butantan, com 12.396 participantes. A eficácia geral para todos os casos de covid-19, segundo a empresa, é de 50,65%. Para casos leves que precisam de atendimento médico, a eficácia é de 83,70%, maior que a anunciada pelo Butantan no dia 12 de janeiro.
De acordo com o comunicado, a vacina é 100% eficaz para evitar internações, casos graves e óbitos. O mesmo número foi apresentado pelo Butantan, calculado com base em uma amostra de apenas sete pacientes com esse quadro da doença - moderados e graves -, todos no grupo placebo. O instituto esclareceu que o número é considerado pequeno para uma análise final e, portanto, não tem poder estatístico. Serão necessários mais casos graves na amostra de voluntários para determinar a proteção final contra casos mais severos.
Na Turquia, os resultados preliminares indicaram eficácia de 91,25% após a segunda dose e foram obtidos a partir de um estudo menor, com apenas 1.322 voluntários - cerca de 10% dos 13 mil participantes que devem ser recrutados no país./Com REUTERS e ASSOCIATED PRESS
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.