PUBLICIDADE

China aumenta em 17,8% orçamento destinado à Defesa

Vice-secretário dos EUA pede transparência sobre como o dinheiro será aplicado

Por Agencia Estado
Atualização:

A China vai destinar este ano US$ 44,94 bilhões para a Defesa, um aumento de 17,8% em relação ao ano passado, anunciou neste domingo, 4, Jiang Enzhu, porta-voz do Parlamento chinês. Horas depois do anúncio, o vice-secretário de Estado dos EUA, John Negroponte, pediu mais transparência e afirmou que a China não informava com clareza como usará o dinheiro. "É importante entender quais são os planos e intenções da China", disse Negroponte, que neste domingo visitava Pequim. O Pentágono acredita que o gasto militar total da China é muito maior, já que o orçamento não inclui compras de armas e outros itens-chave. Segundo analistas estrangeiros, o gasto real é de uma vez e meia a três vezes mais do que o declarado. A Assembléia Nacional do Povo, o parlamento chinês, iniciará nesta segunda-feira sua sessão anual. O aumento previsto é o terceiro maior desde 1990, superado apenas pelos orçamentos de 1994, de 18%, e de 1995, de 21%. O aumento do ano passado foi de 14,7%, ou US$ 36,6 bilhões. Jiang disse que os gastos em Defesa serão principalmente direcionados para financiar moradia e aumento de salários dos 2,3 milhões de membros do Exército Popular de Libertação chinês, a maior força militar do mundo. Sem dar detalhes, ele também disse que a verba será usada para aprimorar os armamentos do país, com o objetivo de "melhorar a capacidade militar para operações de defesa". Mas ao anunciar o novo orçamento, Jiang argumentou que os gastos são "completamente modestos" se comparados com as verbas militares da Inglaterra, França, Japão e EUA, afirmando que a China está comprometida em realizar um desenvolvimento militar defensivo e pacífico. "Não temos nem os meios e nem a intenção de ingressar em uma corrida armamentista com nenhum país", afirmou. No entanto, o gasto militar chinês é amplamente direcionado para Taiwan, que o regime chinês considera uma província rebelde. Foi para lá que os nacionalistas de Chiang Kai-shek fugiram após serem derrotados pelos comunistas, em 1949. Pequim sempre reiterou sua intenção de reprimir com o uso da força qualquer tentativa de independência de Taiwan. Lei de terras Além do orçamento militar, os três mil delegados que iniciarão nesta segunda-feira os 12 dias de trabalhos do parlamento chinês devem aprovar também uma lei de direito à propriedade, com o objetivo de conter o confisco de terras por funcionários públicos. A lei, que pela primeira vez dará proteção igual às propriedades privadas e às do Estado, é vista por funcionários chineses como um dos pilares do livre mercado. Os delegados, que se reunirão no Grande Salão do Povo, de Pequim, também devem aprovar uma lei para unificar em 25% os impostos pagos por empresas estrangeiras e chinesas. O objetivo é acabar com os privilégios fiscais das firmas externas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.