China aumenta gastos militares em 17%

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Por Agencia Estado
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A China anunciou hoje planos para elevar seus gastos com defesa em 17,7% este ano, com o objetivo de alcançar a avançada tecnologia militar ocidental. O governo chinês justificou os gastos são necessários devido às "drásticas" mudanças na situação militar mundial. O Exército de Libertação do Povo é o maior do mundo com 2,5 milhões de componentes. O ministro das Finanças Xiang Huaicheng afirmou que grande parte do orçamento militar de 141 bilhões de iuanes (US$ 17,07 bilhões) será destinado ao aumento de salários e para aprimorar tecnologias de armamentos. Xiang afirmou a delegados da legislatura nacional em sua sessão anual que o aumento - maior do que o acréscimo de 12,7% em 2000 - é necessário "para se adaptar a drásticas mudanças na situação militar do mundo e para a preparação para a defesa e o combate dadas as condições da tecnologia moderna, especialmente a alta tecnologia". O ministro do Exterior Tang Jiaxuan destacou hoje que o orçamento de defesa da China é minúsculo se comparado com o dos Estados Unidos, de US$ 310 bilhões. "Apesar de você poder concluir a partir de alguns números que os gastos da China com defesa aumentaram significativamente, o orçamento da defesa é o menor entre as grandes nações", disse Tang. Robert Karniol, editor em Bangcoc da Jane´s Defense Weekly, disse que acredita-se que os atuais gastos militares da China sejam cinco vezes maiores do que o orçamento oficial. "Nos últimos documentos divulgados, o governo nega isso. Basicamente, nós não acreditamos neles", afirmou ele. No geral, a China planeja aumentar os gastos governamentais em 9,3 por cento para o equivalente a US$ 210,1 bilhões, elevando o déficit público para o recorde de US$ 31,5 bilhões. Xiang afirmou que o novo orçamento manterá os fortes gastos com construção a fim de apoiar o crescimento econômico. Tang Jiaxuan aproveitou hoje para advertir aos EUA que as relações entre os dois países serão prejudicadas se Washington vender armamentos avançados a Taiwan. Tang mencionou dois sistemas em particular: as modernizadas baterias antimísseis Patriot e navios de guerra equipados com radares de última geração. Vender tais armamentos a Taiwan enviaria um "sinal muito equivocado" ao governo da ilha e encorajaria aqueles que querem manter a ilha separada da China, disse Tang. "O lado americano deveria reconhecer os sérios perigos envolvidos em manter-se sobre um cavalo selvagem na beira de um precipício", afirmou o chanceler. Tang também negou que o governo ou companhias privadas da China tenham ajudado o Iraque a aprimorar suas comunicações militares em violação a sanções da ONU, como acusam os EUA. Ele disse que uma investigação oficial rechaçou notícias dos Estados Unidos dando conta que técnicos chineses instalaram cabos de comunicação de fibra óptica ao redor de Bagdá. "O resultado da investigação é que empresas e corporações chinesas não ajudaram o Iraque a desenvolver um projeto de cabos de fibra óptica usado em defesas aéreas", garantiu Tang. A China tem se mostrado cada vez mais preocupada com os planos dos EUA de construírem um sistema de defesa antimíssil, que Pequim tem advertido pode deflagrar uma custosa e perigosa corrida armamentista. A China teme que a tecnologia possa ser repassada a Taiwan, permitindo que a ilha - vista por Pequim como uma província renegada - se defenda de mísseis chineses.

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