18 de outubro de 2012 | 00h54
Afetada pelo agravamento da dívida europeia e pela lenta recuperação dos Estados Unidos, a economia chinesa cresceu 7,4% no terceiro trimestre deste ano na comparação anual, contra um incremento de 7,6% de abril a junho, alimentando os temores sobre a fragilidade econômica mundial.
Os dados foram divulgados na manhã desta quinta-feira na China (noite de quarta-feira no Brasil) pelo Escritório Nacional de Estatísticas do país.
Segundo analistas ouvidos pela BBC, com uma demanda externa fraca e uma desaceleração da atividade industrial, a China precisará, agora, revisar sua política monetária de modo a incentivar o consumo interno.
"Nós não acreditamos que haverá uma nova queda na trajetória ascendente da economia chinesa", disse à BBC Tony Nash, diretor-gerente da consultoria IHS Global Insight.
"A atividade econômica do país já deu sinais de retomada nos últimos meses e tal tendência deverá continuar a curto prazo", acrescentou.
Nos últimos três meses, o governo chinês interrompeu o ciclo de afrouxamento monetário ao verificar que a economia do país caminhava rumo à estabilização, apesar de os dados sobre o comércio, a atividade industrial e a inflação terem apontado queda.
Com tal "acomodação" dos indicadores, especialistas acreditam ser pouco provável uma nova rodada de afrouxamento monetário pelo temor de que a inflação e os preços dos imóveis voltem a subir.
A probabilidade de um novo corte na taxa de juros também é remota, preveem.
A desaceleração da economia chinesa também aumenta a pressão sobre o Partido Comunista, que está passando por um processo de transição de lideranças previsto para ocorrer no próximo mês.
Na semana passada, entretanto, o vice-presidente do Banco Central do país, Yi Gang, afirmou que, embora a economia chinesa está expandindo a um ritmo menor, mas "mais robusto" e deve crescer em torno de 7,8% neste ano.
Na ocasião, ele acrescentou que o país tomará medidas para estabilizar o crescimento e tem "grande capacidade de manobra" para usar as políticas monetárias e fiscais se comparada a outras economias do mundo. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.