A China qualificou nesta quinta-feira, 26, como uma "distorção grosseira" o novo informe dos Estados Unidos sobre o reforço militar de Pequim e afirmou que o documento poderia prejudicar as relações entre os dois países. O Departamento de Defesa americano relatou em documento que o governo chinês está aumentando rapidamente seu poderio militar, alterando o equilíbrio bélico na região, o que poderia ser utilizado para reclamar territórios em disputa.
O porta-voz da chancelaria chinesa, Qin Gang, afirmou que o relatório é uma "interferência" nos assuntos chineses e anunciou que Pequim apresentará uma queixa formal ao governo americano. Segundo Qin, a China procura um desenvolvimento pacífico e que sua política militar é defensiva por natureza. "Sugerimos que os EUA respeitem os fatos fundamentais, abandonem a mentalidade e os preconceitos da Guerra Fria e parem de fazer acusações infundadas contra a China, para que a relação militar entre os dois países não seja prejudicada".
O relatório dos EUA, uma avaliação anual realizada para o Congresso, afirma ainda que Pequim segue desenvolvendo armas que ameaçam Taiwan, ilha com a qual o governo enfrenta um conflito prolongado por independência, ainda que as tensões entre as duas partes tenham diminuído de forma significativa. A China ainda enfrenta grupos separatistas no Tibete e o norte do país. O documento revela ainda que a China fez avanços para conflitos nucleares, espaciais e virtuais e pede maior transparência às autoridades chinesas para evitar "incertezas" na região.
Desde a chegada de Barack Obama à Presidência americana, em janeiro, Pequim e Washington protagonizaram vários atritos diplomáticos, um deles há duas semanas, pelo fato de um navio de guerra americano ter sido ameaçado por embarcações chinesas.