China dificulta ação da OMS contra pneumonia atípica

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Por Agencia Estado
Atualização:

A China vem dificultando a entrada de observadores da Organização Mundial da Saúde (OMS) no sul do país, onde se acredita que a pneumonia atípica, doença que se alastra pelo Sudeste Asiático, teria nascido. O motivo é que a presença de autoridades estrangeiras poderia evidenciar os problemas sanitários do país, prejudicando sua imagem internacional. "Pedimos autorização para ir aos locais que acreditamos ser importante visitar, mas não sabemos se teremos a autorização", afirmou um porta-voz da OMS em Genebra. Segundo ele, por enquanto, os pesquisadores mal podem circular pelos hospitais de Pequim. Os chineses divulgaram que há 305 casos da pneumonia atípica no país, mas, em Hong Kong, pesquisadores independentes e até mesmo a mídia local afirmam que o número de pessoas contaminadas pode já ter ultrapassado a marca dos mil casos. "Eles não nos explicaram por que é que nossos médicos estão proibidos de ir ao sul do país", afirmou o representante da OMS. Para os funcionários da entidade, o acesso ao sul da China seria fundamental para identificar a origem da doença. Hoje, a OMS afirmou que, apesar de relativamente sob controle em vários países, a situação em Hong Kong ainda é preocupante. Cerca de dez hospitais já foram identificados como possíveis locais de contágio. Além disso, relatos das autoridades locais mostram que já existem casos de transmissão em escolas de Hong Kong. Os departamentos de saúde da Itália e da França confirmaram hoje os primeiros casos da pneumonia misteriosa. Segundo as autoridades francesas, o doente é um membro do hospital francês de Hanói, no Vietnã. Ele chegou à França no domingo, pelo aeroporto Charles de Gaulle, em um vôo da Air France. No desembarque, foi levado a um hospital em Tourcoing, no norte do país, pois apresentava sintomas compatíveis com a síndrome asiática atípica. No hospital onde trabalha, já morreram quatro pessoas vítimas da doença, entre elas, um médico francês. Na Itália, o ministro da Saúde, Girolamo Sirchia, disse que o paciente que contraiu a doença está em situação estável. "Infelizmente, temos um caso confirmado", afirmou. Segundo ele, o paciente, que não foi identificado, está sendo tratado em um hospital de Milão.

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