
17 de novembro de 2018 | 04h43
A China e os Estados Unidos trocaram duras declarações neste sábado, 17, antes do início da cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), sediado em Papua Nova Guiné. O presidente chinês, Xi Jinping, e o vice-presidente norte-americano, Mike Pence, se atacaram mutuamente em questões sobre protecionismo, tarifas e diplomacia durante reunião com empresários.
Xi afirmou que “práticas protecionistas são míopes e condenadas ao fracasso” e, em uma crítica velada a Washington, enfatizou que as regras do comércio global não deveriam ser aplicadas "com padrões duplos ou agendas egoístas".
"A história mostra que ninguém vence o confronto, seja na forma de uma guerra fria, de uma guerra quente ou de uma guerra comercial", disse o presidente chinês.
Estados Unidos e China, ambos membros da APEC, estão envolvidos em uma crescente guerra comercial, impondo tarifas mútuas, que, segundo especialistas, podem ser catastróficas para a economia global.
De acordo com o presidente chinês, o mundo deveria "defender o sistema multilateral de comércio, focado na OMC, e tornar a globalização econômica mais aberta, inclusiva, equilibrada e benéfica para todos".
Xi afirmou ainda que o sistema econômico global necessita de uma reforma "para ser mais eficiente nos novos tempos", sobre a base da qualidade, da transparência e da inclusão.
"Os países em desenvolvimento deveriam ter mais voz nesse sistema para estarem melhor representados nesse processo", opinou Xi, que em sua chegada ontem a Port Moresby prometeu ajuda econômica a todos os países menos desenvolvidos do Pacífico.
Pelo outro lado, Mike Pence declarou que os Estados Unidos manterão suas tarifas e sugeriu que o presidente Donald Trump poderá dobrar as sanções. De acordo com ele, Trump não cederá em sua postura de combate à política comercial mercantilista e ao roubo de propriedade intelectual por parte da China.
“Nós impusemos tarifas no valor de 250 bilhões de dólares em produtos chineses e esse número poderia dobrar ou mais", disse Pence. "Os Estados Unidos não mudarão de direção até que a China mude seus caminhos". O vice norte-americano ainda criticou a “Rota da Seda”, programa chinês de investimentos em infraestrutura na Eurásia, e encorajou as nações do Pacífico a se aproximarem dos Estados Unidos, que não oferecem "uma via de mão única" . Em sua opinião, as condições dos empréstimos chineses são "opacas, na melhor das hipóteses" e muitas vezes levam a uma dívida avassaladora. \ COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
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