China envia missão militar contra piratas na Somália

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Por AP E AFP
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Navios chineses partiram ontem na direção do Golfo de Áden, onde tentarão combater piratas somalis que neste ano lançaram diversos ataques nos 3 mil quilômetros de área costeira do país. Essa é a primeira vez desde o século 15 que Pequim envia forças de sua Marinha para uma missão que pode envolver o país em confrontos longe de suas águas territoriais. "Depois de muito tempo, essa é a primeira força militar que defenderá nossos interesses estratégicos, participará de uma missão humanitária e protegerá rotas de navegação no estrangeiro", disse Wu Shengli, comandante da Marina chinesa. Com 800 homens, 70 deles das forças especiais da Marinha, as três embarcações - dois destróieres e um navio de abastecimento - saíram do porto de Sanya, na Ilha de Hainan, província localizada no extremo sul da China. Equipados com mísseis guiados e helicópteros, os destróieres Haiku e Wuhan são as embarcações mais modernas da Marinha chinesa, informou a agência estatal de notícias Nova China. Os navios chineses terão de cooperar com forças navais da Índia, Rússia, Otan e EUA, que também vêm patrulhando o Golfo de Áden, uma das rotas marítimas mais transitadas do mundo. Só neste ano, estima-se que os piratas seqüestraram 40 embarcações na região, conseguindo arrecadar US$ 30 milhões em resgates. Posicionar navios no Golfo de Áden representa um importante passo na evolução da Marinha chinesa, segundo um relatório de Stratfor, empresa de Austin, Texas, que opera uma unidade de inteligência. Além de possibilitar treinamento em questões como reabastecimento e consertos em alto-mar, a missão também permitirá aos marinheiros chineses atuar em um ambiente hostil.

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