China exige provas conclusivas antes de qualquer ataque

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Por Agencia Estado
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O governo chinês exigiu hoje provas conclusivas antes do lançamento de uma ofensiva militar contra o Iraque e definiu como "pouco convincentes" as alegações do presidente George W. Bush no discurso do estado da União, na terça-feira, assinalou ontem o editorial do diário em língua inglesa China Daily. O jornal é porta-voz do Partido Comunista Chinês (PCC). "Bush não apresentou nenhuma evidência conclusiva contra Saddam Hussein (o líder iraquiano), razão pela qual sua alegação contra o regime iraquiano é indefensável", assinalou a publicação. "As palavras de Bush parecem mais um sermão de um pastor do que um discurso político. Sem provas irrefutáveis a comunidade internacional não pode embarcar em uma guerra de conseqüências imprevisíveis." O governo chinês avalia que a acusação, dos EUA e da Grã-Bretanha, de vínculos entre Saddam Hussein e a rede terrorista Al-Qaeda são pura especulação. "Bush confunde desejo e realidade e utiliza a imaginação para manipular a opinião pública americana. Decisões desse calibre não podem ser baseadas em simples intuições", diz o editorial. "A arrogância e a impaciência dos EUA não surpreendem quase ninguém, mas Washington deve saber que a última palavra continua sendo a do Conselho de Segurança da ONU." Continuando com os preparativos para a guerra, o governo britânico anunciou ontem que mais 4.500 reservistas serão convocados - triplicando o número até então divulgado. Na Turquia, diplomatas anteciparam hoje que o país planeja pedir ajuda diretamente a seus aliados para sua defesa, em caso de os EUA lançarem uma guerra ao vizinho Iraque. isso porque, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), da qual ao país é membro, não chegou a um acordo sobre o pedido dos americanos de enviarem ajuda para a defesa do território turco. Militares turcos disseram ainda que o país está concentrando tropas e blindados na fronteira iraquiana, mas suas forças só entrarão nesse país para impedir uma leva de refugiados, não para combates.

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