PEQUIM - O governo da China expressou, nesta quarta-feira, 29, sua "profunda preocupação" após o último míssil balístico intercontinental (ICBM) lançado pela Coreia do Norte, capaz de levar uma ogiva nuclear de grande tamanho e alcançar todo o território dos Estados Unidos.
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"A China expressa profunda preocupação e oposição ao lançamento e pede encarecidamente à Coreia do Norte que atenda as resoluções do Conselho de Segurança da ONU e pare as ações que elevem as tensões na península", afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Geng Shuang.
Coreia do Sul e EUA confirmaram o lançamento e disseram que o projétil caiu no Mar do Japão, bem perto do litoral. Foi o primeiro teste desde setembro, quando um míssil sobrevoou a ilha japonesa de Hokkaido.
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Segundo o Ministério da Defesa japonês, o projétil caiu na zona econômica exclusiva do Japão – dentro da linha de 200 milhas. O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, qualificou o teste de “um ato violento” que “não pode ser tolerado”.
A pedido de Japão, Estados Unidos e Coreia do Sul, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) agendou para a tarde de quarta-feira, 29, uma reunião de emergência para discutir o assunto. O conselho já tinha imposto sanções contra o regime de Kim Jong-un em resposta à escalada dos programas de mísseis nucleares e balísticos.
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Embora o último míssil lançado ontem por Pyongyang tenha voado 950 km e alcançado 4.475 km de altitude, alguns especialistas acreditam que o projétil poderia ter recorrido num voo normal mais de 13 mil km, o suficiente para alcançar Washington ou qualquer parte continental dos EUA.
Represália. A aceleração do desenvolvimento de mísseis balísticos e do programa nuclear da Coreia do Norte fez a comunidade internacional apertar ainda mais as restrições contra o país.
Além das sanções no âmbito da ONU, Estados Unidos e China têm negociado para ampliar a pressão diplomática sobre Pyongyang. Ao todo, foram sete rodadas de sanções que afetaram a importação de petróleo, o setor de turismo e as remessas de moeda forte enviadas por trabalhadores norte-coreanos que vivem no exterior. / EFE e AFP