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China faz fortes críticas aos EUA após encontro entre Obama e Dalai Lama

Para Pequim, reunião interferiu em assuntos internos da China e 'feriu sentimentos do povo chinês'.

Por BBC Brasil
Atualização:

O governo da China repreendeu fortemente os Estados Unidos depois do encontro realizado neste sábado, em Washington, entre o presidente americano, Barack Obama, e o líder espiritual budista tibetano, Dalai Lama. De acordo com um comunicado divulgado pela chancelaria chinesa, o "obstinado arranjo" para o encontro entre Obama e o Dalai Lama "interferiu seriamente nos assuntos internos da China" e "feriu os sentimentos do povo chinês". Além disso, segundo o comunicado do Ministério do Exterior chinês, a reunião "minou os interesses principais da China e prejudicou as relações sinoamericanas". Obama teve um encontro privado neste sábado com o Dalai Lama, na Casa Branca, no qual o presidente americano expressou seu "forte apoio" aos direitos humanos no Tibete, segundo um comunicado oficial dos EUA. O último encontro entre Obama e o líder espiritual tibetano, em fevereiro de 2010, também gerou uma condenação veemente por parte de Pequim. O encontro entre o presidente e o Dalai Lama durou cerca de 45 minutos e foi realizado no Salão dos Mapas da Casa Branca, em vez do Salão Oval, que é tradicionalmente reservado para as visitas de chefes de Estado. Desde a invasão chinesa em 1950, o Tibete é oficialmente uma região autônoma da China. Mas o governo exilado do Tibete, com sede na cidade de Dharamsala, na Índia, luta por mais liberdade para a região. 'Parte inseparável' O comunicado da chancelaria chinesa afirma que o Tibete é uma parte inseparável da China e que assuntos relativos à região são internos. "O governo e o povo chineses estão firmemente determinados a salvaguardar os interesses principais do páis e a dignidade nacional", diz a declaração. O Ministério do Exterior pediu que os Estados Unidos considerem a posição chinesa, "honrando o seu compromisso que reconhece o Tibete como parte da China" e recuperando a confiança do governo de Pequim. De acordo com a Casa Branca, o presidente Obama "reiterou seu forte apoio para a preservação das tradições únicas religiosas, culturais e linguísticas do Tibete". No entanto, o comunicado afirma que o presidente considera o Tibete parte da China, e que encoraja o diálogo direto entre as duas partes para "revolver diferenças antigas". A Casa Branca não comentou as críticas feitas pelo governo chinês. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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