China, Japão e Coreia do Sul dizem que afundamento de navio 'ameaça a paz'

Premiê chinês defende 'paz e estabilidade', mas evita responsabilizar a Coreia do Norte.

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Por BBC Brasil
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Os líderes do Japão, da China e da Coreia do Sul afirmaram neste domingo, após uma reunião de cúpula de três dias, que o afundamento de um navio de guerra sul-coreano, em março, ameaça a paz. Mas a China evitou responsabilizar a Coreia do Norte e condenar o país pelo ataque ao navio, apesar das pressões do governo sul-coreano. Uma investigação independente há duas semanas acusou a Coreia do Norte de ter torpedeado o navio Cheonan no dia 26 de março, provocando seu afundamento e a morte de 46 marinheiros. A Coreia do Norte nega a acusação e diz que nem possuía entre seu arsenal o torpedo que afundou o navio sul-coreano. As tensões na região vem se intensificando desde então, com trocas de declarações fortes e o rompimento de todas as relações entre as duas Coreias. Urgente Em uma declaração após o final da cúpula no resort sul-coreano de Jeju, o premiê chinês, Wen Jiabao, disse que a questão "mais urgente" é evitar um conflito entre as Coreias. "O mais urgente no momento é lidar propriamente com o sério impacto provocado pelo incidente do Cheonan, reduzir as tensões gradualmente e evitar possíveis conflitos", disse. Segundo ele, a China "continuará a trabalhar com todos os países por meio de negociações agressivas e cooperação para cumprir a missão de manter a paz e a estabilidade na região". A China ainda não manifestou sua posição em relação ao pedido da Coreia do Sul para que o Conselho de Segurança da ONU aprove uma resolução contra a Coreia do Norte. A China, principal aliado da Coreia do Norte, é membro permanente do Conselho de Segurança e tem o poder de veto sobre as decisões. No passado, o governo chinês já demonstrou relutância em apoiar sanções contra a Coreia do Norte na ONU por medo de que isso desestabilize o regime comunista norte-coreano e provoque um fluxo de imigrantes na fronteira entre os dois países. Novo encontro Na segunda-feira, Wen Jiabao vai ao Japão para um novo encontro com o premiê japonês, Yukio Hatoyama, que também esteve na cúpula em Jeju. Hatoyama, ao contrário de Wen, manifestou apoio ao presidente sul-coreano e aceitou a conclusão de que a Coreia do Norte foi responsável pelo afundamento do navio. O Japão já anunciou o endurecimento de suas já duras sanções contra a Coreia do Norte em resposta ao incidente. A cúpula de Jeju tinha como principal tema da agenda o comércio internacional, mas as discussões sobre a crise na península coreana acabaram tomando conta do encontro. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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