China limita compra de programas estrangeiros por emissoras via satélite

Nova regra entrará em vigor em 2014 e deve dificultar preenchimento da grade dos canais; objetivo seria promover programas 'edificantes para a moral' nacional

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XANGAI - As autoridades chineses proibiram que as redes de televisão por satélite do país comprem mais de um programa de origem estrangeira por ano. A medida deve dificultar a definição da grade de programação destes canais, segundo o próprio jornal oficial "Shanghai Daily".

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Publicada no último dia 12, a nova diretiva só foi noticiada nesta segunda-feira, 21, pela imprensa de Xangai. A decisão tomada pela Administração Estatal de Rádio, Cinema e Televisão entrará em vigor a partir de 2014. O objetivo é impulsionar a criação de programas "edificantes para a moral" produzidos no próprio país.

Outra modificação imposta pelo governo diz respeito ao horário que os programas importados poderão ser exibidos durante no primeiro ano da aquisição. A regulamentação proíbe a veiculação entre 19h e 22h - o horário mais popular do país.

A reforma no conteúdo televisivo chinês proíbe, ainda, que programas de ficção ou programas de entretenimento sejam exibidos durante 7 horas e meia por dia - período que deverá ser preenchido com noticiários, programas educacionais e de serviço público.

As novas normas parecem ter como objetivo frear as versões chinesas de show de talentos musicais - tão populares na China quanto nos países de origem -, como o China's Got Talent, copiado da Grã-Bretanha, ou o The Voice of China, inspirado em um programa holandês.

"Será uma grande dor de cabeça conseguir preencher estas 7 horas e meia. Muitas cadeias estão acostumadas a exibir séries, espetáculos e filmes", afirmou um diretor de um canel chinês ao jornal Nanfang Dushibao.

Em fevereiro, Pequim anunciou um limite para a emissão de séries estrangeiras, a 50 episódios por ano, apesar dos compromissos de abrir seu setor de mídia - assumidos há mais de uma década enquanto negociava sua entrada na Organização Mundial do Comércio (OMC). / EFE

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