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China muda atitude e relaxa ações contra a mídia

Por Cláudia Trevisan , URUMQI e CHINA
Atualização:

O governo chinês deu um grau de liberdade sem precedentes para a imprensa estrangeira cobrir o conflito étnico que explodiu em Xinjiang no domingo, quando uigures atacaram chineses hans e entraram em confronto com a polícia. Os jornalistas puderam viajar à província e se locomover sem restrições na capital, Urumqi. O Estado esteve nos últimos dias no bairro muçulmano da cidade e entrevistou vários uigures sem maiores problemas. A reportagem também visitou o Hospital 2 sem estar acompanhado de funcionários do governo e pôde entrevistar os feridos. O único local do hospital onde a entrada estava proibida era o andar onde se recuperavam os feridos a tiros - uigures, na maioria. Segundo a administração do hospital, eles estão sendo interrogados pela polícia, que tenta identificar os que lideraram e participaram dos ataques de domingo. MUDANÇA A maior liberdade aos jornalistas estrangeiros marca uma clara mudança de atitude do governo chinês em relação à imprensa. Em momentos de tensão, a reação clássica de Pequim é aumentar as restrições e o controle sobre as informações divulgadas no país. A abertura atual contrasta com as restrições impostas pelas autoridades na cobertura dos protestos que ocorreram no Tibete, em março de 2008. Na época, os jornalistas estrangeiros foram proibidos de viajar para a região, que continua até hoje fechada para a imprensa. Apesar da mudança, houve alguns casos de agressões a jornalistas e incidentes com a polícia ou funcionários do governo. Quando o Estado estava em um conjunto residencial muçulmano, por exemplo, duas chinesas hans, funcionárias do governo, aproximaram-se para ouvir a conversa com alguns moradores, mas foram expulsas do local pelos uigures.

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