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China não fecha data para retomar diálogo com coreanos

Por Agencia Estado
Atualização:

O reinício da quinta de seis rodadas sobre o desarmamento nuclear norte-coreano segue sem data, apesar dos esforços diplomáticos das últimas semanas, reconheceu hoje o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Kong Quan. "Não temos uma data específica", reconheceu Kong em entrevista coletiva. "A China espera ver uma rápida retomada do diálogo e, ao finalizar a primeira fase da quinta rodada, as seis partes expressaram seu compromisso de realizar a segunda fase". Essa primeira reunião, de três dias de duração, ocorreu no início de novembro em Pequim entre representantes das duas Coréias, Estados Unidos, Rússia, Japão e China. "Durante a continuação, surgiram alguns assuntos complicados", disse o porta-voz ao referir-se à exigência de Pyongyang de que Washington levante as sanções econômicas impostas após acusar o regime norte-coreano de lavagem de dinheiro e falsificação de dólares. "Esperamos solucionar este problema para retomar o diálogo em uma data futura", respondeu Kong a perguntas dos jornalistas sobre a proposta da China ao líder norte-coreano, Kim Jong-il, para retomar a rodada em fevereiro. A proposta foi feita na semana passada durante a viagem "secreta" do líder norte-coreano à China, país aliado e seu maior fornecedor. Apesar de as autoridades chinesas dizerem não poder confirmar tal viagem, a quarta e mais demorada ao país vizinho desde 1994, imagens transmitidas pela mídia oficial chinesa na última semana demonstram que Kim viajou cercado de jornalistas chineses que mantiveram o segredo até receber autorização de seu Governo para falar sobre a visita. A viagem de Kim foi seguida da rápida passagem do negociador americano na mesa de diálogo, Christopher Hill, quem em 18 de janeiro, após o líder norte-coreano deixar Pequim, chegou à capital chinesa "para discutir as sanções financeiras, que se transformaram em um obstáculo", segundo afirmou hoje o porta-voz Kong. "Acho que esta reunião foi benéfica e esperamos que possa ser traduzida em ações para retomar a rodada", disse. Kong disse ainda que a China fez esforços para aproximar Pyongyang de Washington, oponentes declarados nesta crise iniciada em 2002, para "conseguir uma solução adequada por meio de negociações". Em um diálogo paralelo para resolver suas diferenças históricas, que afetam o formato de negociação que integra seis países, Japão e Coréia do Norte voltarão a se reunir em Pequim em fevereiro, em encontro não confirmado pelas autoridades chinesas, como em ocasiões anteriores. O Japão exige que a Coréia do Norte devolva um grupo de cidadãos japoneses seqüestrados na década de 70 para ensinar seu idioma aos espiões norte-coreanos, um conflito que criou tensões na mesa de diálogo. "Não tenho informação sobre este encontro. Dizemos freqüentemente que o Japão e a Coréia do Norte devem realizar esforços para resolver suas diferenças por meio do diálogo. Se precisarem da assistência da China, vamos dá-la", disse hoje Kong. A crise norte-coreana esteve também na agenda do subsecretário de Estado dos EUA, Robert Zoellick, que hoje se reuniu em Pequim com o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, e com o das Relações Exteriores, Li Zhaoxing. Desde 2003, foram realizadas cinco rodadas para resolver a crise norte-coreana, com a assinatura de um documento conjunto de intenções no final da quarta rodada.

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