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China pede cautela aos EUA em venda de armas a Taiwan

Acordo entre ilha e americanos irritou chineses e se soma às tensões que desgastam relações bilaterais

Por Efe
Atualização:

A China pediu aos EUA para falarem e agirem com cautela a respeito da venda de armas a Taiwan, em uma tentativa de evitar um "maior dano" nas relações entre Pequim e Washington, informou nesta quinta-feira, 25, a agência oficial de notícias Xinhua.

 

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As declarações foram uma resposta a um relatório de inteligência militar americano que afirma que as Forças Aéreas da ilha não estão equipadas para resistir a um eventual ataque chinês. Segundo a imprensa local, os especialistas militares chineses consideram que o fato de os EUA minimizarem a capacidade de combate aéreo de Taipé é uma fachada para a venda de armas à ilha.

 

"Qualquer outra venda de armas, especialmente se os EUA vender aviões de combate F-16 a Taiwan, aumentará as já tensas relações com a China", disse Tan Kaijia, professor da Universidade de Defesa Nacional do Exército de Libertação Popular da China. Na terça-feira passada, o primeiro-ministro taiuanês, Wu Deem-yih assegurou que Taipé "não abandona seu pedido de 66 aviões de combate F-16" e acrescentou: "não retrocederemos até que a venda seja aprovada".

 

Por outro lado, um porta-voz militar chinês ressaltou nesta quinta que a posição de Pequim de suspender seus intercâmbios militares com os EUA em resposta ao plano de Washington de vender armas a Taiwan "não mudou".

 

A China decidiu no mês passado suspender os intercâmbios militares com Washington depois que o Governo dos EUA notificou perante o Congresso que planejava vender a Taiwan equipamentos bélicos avaliados em US$ 6,4 bilhões, mas não incluía os aviões F-16 pedidos pela ilha. Após o anúncio de venda de armas por Washington a Taipé, os líderes chineses consideram que o governo americano rompeu sua promessa.

 

Em Taiwan, o anúncio foi interpretado como uma reafirmação do compromisso dos EUA com a defesa da ilha, alinhado com a Ata de Relações de Taiwan de 1979, contra o poderio militar chinês. Taipé é um dos maiores motivos de conflito entre EUA e China, já que Pequim considera a ilha como parte de seu território (apesar de ela estar autogovernada desde 1949) e exige que Washington pare de fornecer apoio militar.

 

O encontro recente do presidente dos EUA, Barack Obama, com o líder espiritual tibetano dalai-lama, o conflito da censura do Google na China, os direitos humanos e a valorização do iuane são outros dos assuntos que dificultam as relações bilaterais entre chineses e americanos.

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