A China vem adquirindo mísseis de curto alcance muito mais rapidamente do que as autoridades dos Estados Unidos imaginavam, e que estão sendo apentados para alvos em Taiwan - e possivelmente para alvos americanos, caso o governo do presidente George W. Bush resolva interferir em favor da ilha, afirma um relatório do Departamento de Defesa dos EUA (Pentágono). "Preparar-se para um potencial conflito no Estreito de Formosa é o primeiro passo da modernização militar chinesa", interpretam os autores de um documento sobre o assunto. O relatório do Pentágono, apresentado anualmente ao Congresso dos EUA, foi divulgado nesta quarta-feira em Washington. A sofisticação e a precisão dos mísseis aumentou e o Exército chinês desenvolve atualmente uma versão mais moderna do míssil CSS-6, capaz de atingir alvos como a base militar americana em Okinawa, Japão, onde estão 33.000 soldados dos Estados Unidos. Sob condição de anonimato, um funcionário do alto escalão do Pentágono comentou que a China poderia usar Okinawa para "impedir, conter ou ameaçar o envolvimento americano" em um eventual conflito militar no Estreito de Formosa. Também segundo o documento, a China vem gastando mais de seu orçamento com defesa do que reconhece oficialmente. Funcionários americanos acreditam que Pequim tenha aplicado entre US$ 45 bilhões e US$ 65 bilhões em defesa no ano passado, ao invés dos aproximadamente US$ 20 bilhões declarados. Os autores do relatório calculam ainda ser possível que os gastos chineses com defesa aumentem três ou quatro vezes até 2020.