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China quer desculpas americanas

Por PEQUIM
Atualização:

Na primeira declaração oficial sobre o caso Chen Guangcheng, o governo chinês acusou os EUA de interferência em assuntos internos do país e exigiu um pedido de desculpas, uma investigação do "incidente", a promessa de que a situação não se repetirá no futuro e a punição dos responsáveis pelo episódio."A embaixada dos EUA levou o cidadão chinês Chen Guangcheng à embaixada de uma maneira irregular e a China expressa sua forte insatisfação em relação a isso", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Liu Weimin, em nota.Em reunião com repórteres em Pequim, um funcionário do Departamento de Estado reconheceu que pessoas da embaixada ajudaram Chen a entrar no local. "Por razões humanitárias, nós o ajudamos", disse o funcionário, que falou sob a condição de não ser identificado. Segundo ele, Chen usava uma bengala, em razão de ferimentos que sofreu durante sua fuga da prisão domiciliar. "O método dos EUA representa interferência em assuntos domésticos chineses e é totalmente inaceitável para a China", afirmou a nota do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores. O funcionário do Departamento de Estado indicou que as exigências de Pequim não deverão ser atendidas. "Esse foi um caso extraordinário, em circunstâncias excepcionais e não acreditamos que se repita", disse.A notícia de que Chen havia deixado a embaixada foi dada em uma nota telegráfica pela agência oficial de notícias Xinhua às 15h27 de ontem: "Foi informado que Chen Guangcheng, um nativo do condado de Yinan, da Província de Shandong no leste da China, entrou na embaixada dos EUA no fim de abril e saiu por sua própria vontade depois de permanecer seis dias no local". A maioria dos chineses ouviu pela primeira vez falar do ativista cego, que se tornou célebre ao denunciar abortos e esterilizações forçadas de milhares de mulheres de sua região em 2005.No ano seguinte, ele foi condenado a 4 anos e 3 meses de prisão sob a acusação de atrapalhar o tráfego. Chen cumpriu a pena até o fim, mas não ganhou liberdade. Assim que voltou para casa, em setembro de 2010, foi posto em prisão domiciliar, determinada sem base legal ou judicial. / C.T.

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