China reforça segurança após queda de avião da Embraer

Acidente da terça-feira matou 42 pessoas; autoridades defende estrutura do aeroporto

PUBLICIDADE

Atualização:

PEQUIM - A China anunciou nesta quinta-feira, 26, um reforço nas checagens de segurança em sua frota aérea, que cresce de tamanho rapidamente. Ao mesmo tempo, um alto funcionário do setor defendeu a segurança do remoto aeroporto onde ocorreu um acidente na terça-feira, matando 42 pessoas.

 

PUBLICIDADE

 

O avião modelo ERJ-190, fabricado pela brasileira Embraer, varou a pista no fim da terça-feira, no aeroporto de Lindu, perto da cidade de Yichun, em meio a uma forte neblina. Cinquenta e quatro pessoas sobreviveram ao acidente no nordeste do país. O gerente geral da companhia responsável pelo voo, a Henan Airlines, foi retirado do posto. Li Qiang foi substituído por Cao Bo, informou ontem a agência de notícias estatal Xinhua.

 

As maiores companhias aéreas realizaram reuniões de emergência para revisar seus procedimentos de segurança aérea, segundo a Xinhua. Já o presidente Hu Jintao e o primeiro-ministro Wen Jiabao ordenaram uma investigação completa do acidente. Os dois líderes também pediram inspeções abrangentes na rede aérea do país, para "eliminar quaisquer riscos de segurança".

 

A China tem mais de 1.300 aviões de passageiros em sua frota civil, que se expande rapidamente, conforme o crescimento econômico do país eleva a demanda por mais tráfego aéreo. Dados oficiais sustentam que o tráfego aéreo no país deve crescer 13% este ano, em comparação com o ano anterior, chegando a 260 milhões de passageiros. A China deve mais que dobrar sua frota aérea civil nas próximas décadas.

 

No acidente de terça-feira, uma investigação preliminar aponta que o avião ultrapassou a pista e colidiu, causando uma explosão e um incêndio, segundo a Xinhua. A caixa-preta da aeronave foi recolhida ontem para análises.

 

Temores

Publicidade

 

O jornal Southern Daily informou que o avião havia realizado nove voos na terça-feira, especulando se essa carga de trabalho poderia ter contribuído para o acidente. A mídia estatal, porém, também informou sobre os vários temores envolvendo o aeroporto de Lindu, que abriu no fim do ano passado e fica em meio a um vale com uma floresta, cercado por montanhas. Em setembro, a China Southern Airlines suspendeu seus voos nesse aeroporto, por questões de segurança.

 

O vice-diretor da Administração de Aviação Civil da China, Li Jian, disse que o pequeno aeroporto atende a todas as exigências de segurança. "Não é comparável aos grandes aeroportos, mas os padrões de segurança estão garantidos", disse Li, segundo a Xinhua. O aeroporto reabriu hoje após passar um dia fechado.

 

A brasileira Embraer, fabricante do avião que se acidentou, ofereceu suas condolências às vítimas e anunciou o envio de uma equipe de técnicos para ajudar na investigação. A empresa afirmou que este foi o primeiro acidente fatal envolvendo uma de suas aeronaves.

 

A companhia brasileira é a terceira fabricante do mundo de aviões para voos comerciais, atrás da Boeing e da Airbus, que fornecem a maior parte da frota chinesa. As companhias da China operam 30 modelos ERJ-190. A Henan Airlines opera quatro desses modelos, sem incluir o que se acidentou.

 

A Xinhua informou, porém, que as companhias chinesas haviam relatado anteriormente às autoridades problemas com aviões do modelo ERJ-190. O acidente da terça-feira foi o maior no país asiático desde novembro de 2004, quando um avião da China Eastern Airlines caiu matando 55 pessoas. As informações são da Dow Jones.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.