China rouba "aliado" de Taiwan ao restabelecer laços com o Chade

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Por Agencia Estado
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Os ministros de Assuntos Exteriores da China, Li Zhaoxing, e do Chade, Ahmad Allammi, assinaram na noite deste domingo em Pequim o restabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países. Com este restabelecimento entre a China e o país africano, Taiwan anunciou a ruptura de laços com o Governo chadiano. O acordo diplomático é uma nova vitória da China em sua queda-de-braço com Taiwan, conseguindo reduzir de 25 para 24 o número de países que reconhecem o Governo taiuanês como legítimo. A assinatura, como em casos anteriores, aconteceu quase em segredo, já que a visita do chanceler do Chade à China não tinha sido anunciada oficialmente (Pequim costuma rodear de segredos seus acordos com países aliados a Taiwan). O acordo estabelece o início das relações "seguindo os interesses e aspirações dos dois países", e entrou em vigor no momento da assinatura, o que fez com que Taiwan anunciasse pouco depois a ruptura de laços diplomáticos com o Chade. O Chade, por outro lado, reconhece através do acordo que "só existe uma China no mundo e o Governo da República Popular é o único legítimo, sendo Taiwan uma parte inalienável do território". O país africano estabeleceu relações diplomáticas com Pequim em 1972, mas as rompeu em 1997, passando a reconhecer o Governo de Taiwan durante quase uma década. A nova vitória da China poderá afetar economicamente Taiwan, já que o Chade é um importante fornecedor de petróleo à ilha. O primeiro vice-presidente da Associação de Indústria e Comércio da China, Hu De-ping, filho do ex-secretário-geral do Partido Comunista Chinês Hu Yao-bang, agendou uma visita à África que inclui o Chade, com o claro objetivo de assegurar a provisão de petróleo para seu país. Na disputa diplomática entre os dois países, Taiwan conseguiu, em maio, se aproximar da Líbia, quando o país africano permitiu uma visita do presidente taiuanês, Chen Shui-bian. Na ocasião, a China lançou fortes protestos oficiais perante o Governo líbio. Com o acordo assinado no domingo, a China passa a ter 169 países soberanos que reconhecem Pequim e não Taiwan. Esse número é quase o inverso do quadro de relações diplomáticas há aproximadamente 40 anos.

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