30 de abril de 2010 | 19h19
Enquanto o governo ordenou que as escolas de todo o país melhorem sua segurança, um grupo de pais realizou um protesto noturno exigindo medidas do governo para lidar com a crise. Os meios de comunicação estatais ignoraram ou deram pouca importância ao ataque desta sexta-feira. O fato não foi mencionado nas notícias da noite na província leste de Shandong, onde o ataque aconteceu, e a agência de notícias Xinhua não divulgou a matéria em chinês sobre o ocorrido em seu site, mas as autoridades podem ter tentado evitar ofuscar a abertura desta sexta-feira da Expor Xangai.
O crime de hoje na província de Shandong deixou cinco crianças e um professor feridos, mas a situação deles é estável, segundo a agência estatal Xinhua. No ataque, o fazendeiro Wang Yonglai invadiu o portão da Escola Primária Shangzhuang, na cidade de Weifang, com sua motocicleta. Em seguida, começou a agredir crianças com um martelo. No final, atirou gasolina no corpo e botou fogo em si mesmo, causando sua morte.
Doenças mentais
Os ataques mostram como a China - que em geral registra índices de criminalidade menores que a média do Ocidente - enfrenta uma crescente ameaça à segurança, em meio aos temores sobre os índices crescentes de doenças mentais e as dificuldades para se impor um controle social.
Estudos notam que aumentam os casos de problemas mentais no país, ligados ao estresse conforme a sociedade capitalista se acelera e alguns esteios da era comunista vão sendo perdidos. Um estudo do ano passado estimou que 173 milhões de adultos têm algum tipo de distúrbio mental na China - 91% deles nunca havia recebido auxílio profissional.
A mídia estatal tem evitado levantar a questão sobre a razão pela qual os estudantes têm sido alvo dos ataques. Especialistas dizem que explosões de raiva contra crianças indefesas podem ocorrer em razão das pressões sociais numa sociedade que passa por rápidas alterações. Com informações da Dow Jones.
Encontrou algum erro? Entre em contato