China veta notícias sobre Nobel da Paz para dissidente

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Por AE
Atualização:

As notícias de que o dissidente chinês preso Liu Xiaobo venceu o Nobel da Paz nesta sexta-feira ganharam as manchetes pelo mundo. Na China, porém, era difícil encontrar alguma informação sobre o prêmio na TV e nos principais sites. A agência estatal Xinhua divulgou a notícia do prêmio em inglês e chinês, dando manchete para a reação crítica do governo local ao fato. Porém pesquisas usando termos como "Prêmio Nobel da Paz" e "Liu Xiaobo" não traziam resultados em portais chineses como o Sina, Sohu e Baidu. Buscas similares em sites como o Weibo, semelhante ao Twitter, também vinham em branco.A edição noturna do jornal da China Central Television não mencionou Liu, optando por abrir o noticiário com as enchentes em Hainan, no sul do país. Pelo mundo, o Nobel da Paz está na capa de todos os sites informativos. Liu, um escritor e ex-professor universitário, foi premiado por "sua luta longa e não violenta pelos direitos humanos fundamentais na China", afirmou em comunicado o presidente do Comitê do Nobel Norueguês, Thorbjoern Jagland.A China atacou a decisão como uma violação dos ideais do Prêmio Nobel da Paz. Já a mulher de Liu ficou feliz e pediu a libertação imediata dele. A China condenou o ativista de 54 anos a 11 anos de prisão, acusando-o de subversão. O país advertiu a Noruega de que o país europeu também sofrerá retaliações com a decisão do comitê do Nobel.O regime comunista chinês mantém um vasto sistema de censura na internet. Conteúdos considerado inaceitáveis pelas autoridades costumam ser bloqueados, seja pornografia ou informações sobre dissidências políticas. Os críticos no país e no exterior notam que isso limita o debate sobre temas sensíveis, como o Tibete e a violenta repressão aos protestos pela democracia na Praça da Paz Celestial, em 1989. As informações são da Dow Jones.

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