China volta a defender 'diálogo e negociação' com o Irã

Declarações da chancelaria são dadas um dia após reunião entre Hu Jintao e Barack Obama

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PEQUIM - A China voltou a defender o diálogo nas negociações em torno do programa nuclear do Irã na segunda-feira, 12, um dia depois de os presidentes Barack Obama e Hu Jintao terem se reunido em Washington, em um diálogo que os americanos interpretaram como favorável à adoção de sanções contra o país muçulmano.

 

 

"A China sempre acreditou que a negociação e o diálogo são as melhores saídas para essa situação, e não o exercício de pressão", declarou em Pequim a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Jiang Yu, em um briefing regular com a imprensa.

 

Apesar da cautela, ela deixou aberta a porta para a imposição de sanções, ao dizer que a China adota uma estratégia "dual" em relação ao Irã, com a manutenção do diálogo e o apoio a sanções quando ele se revela infrutífero. "A China vai sempre participar de maneira ativa dos esforços diplomáticos da comunidade internacional para resolver essa questão", disse Jiang.

 

As autoridades chinesas afirmam que o Irã tem o direito de desenvolver energia nuclear para uso pacífico, mas ressaltam que são favoráveis à política de não-proliferação. Os Estados Unidos sustentam que o país muçulmano tem o objetivo de fabricar armas nucleares e deve ser impedido por meio de sanções da comunidade internacional.

 

"A China mantém sua posição consistente na questão nuclear iraniana. Nós apoiamos o sistema de não-proliferação nuclear, a manutenção da paz e da estabilidade no Oriente Médio, somos contrários à posse de armas nucleares pelo Irã e apoiamos uma estratégia dual", disse a porta-voz.

 

Na condição de membro permanente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), a China tem poder de veto nas decisões do organismo, ao lado de EUA, Rússia, Reino Unido e França.

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Desde 2006, os chineses já votaram a favor de três resoluções do Conselho de Segurança que estabeleceram sanções ao Irã. A primeira delas, de 2006, impediu a importação e exportação de materiais e equipamentos nucleares "sensíveis", além de congelar ativos financeiros dos envolvidos no programa atômico iraniano.

 

No ano seguinte, as sanções foram ampliadas para incluir o veto à venda de armas e a ampliação do congelamento de ativos. A última rodada de sanções veio em 2008 e autorizou a inspeção de qualquer navio ou avião cargueiro destinado ou com origem no Irã se houver suspeita consistente de que transporte materiais proibidos nas resoluções anteriores.

 

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