PUBLICIDADE

Chirac anuncia candidatura à reeleição

Por Agencia Estado
Atualização:

"Sim, eu sou candidato". Com essa simples frase, e pouco original pois trata-se da repetição da forma usada por François Mitterrand em 1988 quando anunciou sua candidatura à reeleição, o atual presidente da França, Jacques Chirac, revelou que será candidato à presidência da República nas eleições (em dois turnos), marcadas para 21 de abril e 5 de maio. O anúncio não causou surpresa - um segredo de polichinelo para a opinião pública que já esperava a oficialização da candidatura em Avignon, onde o presidente participou de reunião com empresários. O primeiro ato de sua campanha foi dispensar o avião presidencial que o transportou à cidade na região de Provence. Regressou a Paris de trem como um simples cidadão. Na estação ferroviária, Gare de Lyon, Chirac foi recebido por uma centena de estudantes e militantes de seu partido, o RPR. Novamente, dispensou o carro oficial e embarcou num particular que usará durante toda a campanha eleitoral, cujo principal comitê foi inaugurado hoje - num antigo cabaré de Paris, o Tapis Rouge. Seu adversário da extrema direita, Jean-Marie le Pen, comentou a atitude do presidente, dizendo que ele deveria agir também como um "francês comum" permitindo ao Judiciário esclarecer as dúvidas existentes em relação a seu suposto envolvimento em escândalos financeiros. A propósito, foi exatamente por estar perdendo terreno em quase todas as pesquisas de opinião que Chirac decidiu antecipar o lançamento de sua candidatura. Ele acredita em sua oratória para recuperar o prestígio. No início, os institutos de pesquisa o apontavam como favorito na disputa com o primeiro-ministro socialista Lionel Jospin, cuja candidatura será anunciada no fim do mês. A imagem do presidente deteriorava-se rapidamente em razão dos escândalos. Chirac perdeu quatro pontos em quase todas as pesquisas em janeiro, quando o escândalo financeiro foi reativado com o retorno de Didier Schuller, o principal envolvido. Antigo dirigente do RPR, Scheller refugiara-se na República Dominicana. Ele é acusado de ter recebido comissões de empresas que ganharam licitações para reformas e construção de habitações populares - dinheiro que serviu para financiar, entre outras coisas, campanhas do partido do presidente. Chirac recusou-se a depor em diversos processos instaurados, com base em garantias constitucionais que, segundo ele, têm de ser respeitadas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.