Chirac confirma envio de 2 mil soldados para o sul do Líbano

Em um discurso televisionado, presidente disse que país irá ampliar seu contingente militar no país árabe, e espera continuar comandando a força

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Por Agencia Estado
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A França enviará um total de 2 mil homens para reforçar as forças de paz da ONU no sul do Líbano, anunciou o presidente francês Jacques Chirac nesta quinta-feira. Em um discurso televisionado nacionalmente, Chirac disse que o país irá ampliar seu atual contingente militar de 400 homens no país árabe, e espera continuar comandando a força, chamada Finul. O anúncio vem paralelamente às negociações entre países europeus para a expansão da missão da ONU no país. Mais cedo, o ministro de Exteriores da Finlândia, Erki Tuomioja, disse que queria ver a ampliação das forças de paz no Líbano até a semana que vem. A França - que foi metrópole do Líbano durante seu passado colonial - considera-se uma força de liderança nos esforços para reconstruir a paz no país após semanas de violência entre Israel e o Hezbollah. Mas, na semana passada, a França havia apenas dobrado seu contingente de 200 homens no país, frustrando as expectativas de várias nações de que enviaria milhares de soldados. "Dois batalhões extras serão enviados para o front para ampliar o tamanho da Finul", disse Chirac nesta quinta-feira. "Dois mil soldados franceses usarão os capacetes azuis", completou, referindo-se à cor que caracteriza as forças de paz da ONU. Ainda segundo o presidente, esses 2 mil homens já contemplam os atuais 400 soldados franceses que atualmente encontram-se na região. Segundo Chirac, era um dever seu obter garantias de que as forças de paz conseguirão completar sua missão: "Eu também pedi ao secretário-geral da ONU para permitir que as forças tenham condições de máxima eficiência e segurança." "Nós obtivemos as informações necessárias sobre a cadeia de comando, que será simples, coerente e reativa", disse, referindo-se ao mandato das forças de paz. Uma das exigências de Paris para o envio dos soldados era a confirmação de uma missão clara para a Finul. "Em relação às regras de engajamento, elas devem garantir uma livre movimentação (para as tropas) e a possibilidade de agir diante de situações de hostilidade." O papel da França A França, junto com os Estados Unidos, ajudou na criação de uma resolução do Conselho de Segurança que permitiu a ampliação do atual contingente da Finul de 2 mil para 15 mil homens. O comprometimento do país no envio das tropas vinha sendo amplamente observado por outras nações. Para o analista do Instituto de Relações Internacionais da França, Dominique Moisi, o país sentiu o ultraje "externo e interno em relação às contradições entre as promessas francesas e o que de fato aconteceu". "Em algum ponto a França percebeu que havia ido muito longe para quem fez tão pouco", disse ele. "É um gesto para salvar sua imagem", completou o analista. Os ministros de relações exteriores da União Européia devem se reunir na sexta-feira em Bruxelas para discutir o envio de tropas. A pressão sobre os europeus cresceu depois que Israel rejeitou as ofertas de participação da Malásia, Bangladesh e Indonésia - países de população predominantemente muçulmana, e que não aceitam a existência do Estado judeu. Diante da demora francesa para o engajamento de mais homens, a Itália recentemente ofereceu comandar as forças da ONU no Líbano. Texto atualizado às 17h27

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