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Chirac deve levar pessoalmente veto francês

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma forte mobilização diplomática se desenvolve neste fim de semana na França com a participação direta do presidente Jacques Chirac no Palácio do Eliseu. O presidente francês está pronto para embarcar para Nova York no início da semana para levar pessoalmente, se necessário, o veto da França à nova resolução anglo-americana que fixa o dia 17 como data fatal para o Iraque se desarmar. Os Estados Unidos e a Grã-Bretanha poderão submeter esse ultimato ao voto já na terça feira. A França não aceita essa solução, defendendo um prazo de três ou quatro meses para que os inspetores possam completar o desarmamento pacífico do Iraque. Por isso, a França e seus aliados estão dispostos a lançar todo seu peso político nesse confronto diplomático, gastando seus últimos cartuchos para evitar a guerra e suas conseqüências. Fontes diplomáticas francesas afirmam que também o presidente russo, Vladimir Putin, estuda a possibilidade de viajar para Nova York, acompanhando a França em seu veto. Já o porta-voz do presidente americano, Ari Fleischer, disse em Washington considerar "muito pouco provável que o presidente George W. Bush possa se deslocar para Nova York". O confronto entre os Estados Unidos e a agora chamada pelos americanos "velha Europa", liderada pela França e Alemanha, tem duas concepções opostas e irreconciliáveis de como se deverá governar o mundo no século 21. O caso do Iraque não passa de um laboratório político, econômico e militar por meio do qual se está decidindo se Washington deve ou não ser o único fiador da ordem internacional, ou se aceita dividir essa tarefa com outras importantes nações que igualmente reivindicam participar dos centro de decisões, por meio das organizações internacionais nascidas após o fim da 2ª Guerra Mundial. Amanhã, o ministro do Exterior francês, Dominique de Villepin embarca para a África, para encontros com os presidentes dos três países do continente que integram atualmente o Conselho de Segurança da ONU: Camarões, Guiné e Angola. Villepin pretende garantir os votos desses países, atualmente sob forte pressão política e econômica americana para votarem com os EUA. Chirac, alguns de seus ministros e sua assessoria diplomática passam este fim de semana em grande atividade. O presidente multiplica contatos telefônicos com dirigentes de numerosos países e envia missões diplomáticas aos quatro cantos do mundo, articulando sua ação com dirigentes russos, alemães e mesmo chineses, também hostis a uma ofensiva militar.

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