Chirac duvida que Blair consiga aproximar EUA e Europa

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Por Agencia Estado
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Os esforços do premier britânico, Tony Blair, para reaproximar a Europa e os Estados Unidos serão exigidos ao máximo nesta semana, quando Blair se encontrará com o presidente da França, Jacques Chirac. "Não estou certo, sendo os EUA como são atualmente, que será fácil para alguém, mesmo os britânicos, atuar como mediador honesto", disse Chirac em declarações publicadas em jornais britânicos. Blair tem esperança de que George W. Bush estenda a mão para os aliados tradicionais dos EUA em seu segundo mandato, e acredita que o Reino Unido pode ajudar a restabelecer os laços abalados pela invasão do Iraque. Chirac, ao que tudo indica, discorda. Em discurso sobre política internacional, Blair pediu que os líderes internacionais parem de atacar Bush e trabalhem com ele para combater o terrorismo e negociar a paz no Oriente Médio. "Nem a Europa e nem os EUA devem ser arrogantes um em relação ao outro. Há uma oportunidade para a Europa. A política americana está evoluindo", declarou o primeiro-ministro. Mas, em entrevista a jornalistas britânicos, Chirac repetiu sua crença na "inevitabilidade histórica" de um mundo multipolar no qual a Europa será o contraponto dos Estados Unidos, e questionou o valor do apoio incondicional oferecido por Blair ao governo americano na invasão do Iraque. "Bem, a Grã-Bretanha deu seu apoio, mas não vi muito retorno. Não estou certo de que retribuir favores sistematicamente esteja na natureza de nossos amigo americanos, neste momento", disse Chirac, segundo o Times. Chirac passará dois dias em Londres nesta semana para marcar os 100 anos da "Entente Cordiale", um acordo histórico que marcou o fim de séculos de guerras e agressões entre a França e o Reino Unido. Ele será hóspede da Rainha Elizabeth II, no Castelo de Windsor.

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