Chirac insinua que não será candidato à reeleição

Maioria dos franceses prefere que Chirac, no poder desde 1995, deixe a corrida presidencial para o conservador Nicolas Sarkozy e a socialista Ségolène Royal

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Por Agencia Estado
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O presidente francês, Jacques Chirac, insinuou, em entrevista que será divulgada no domingo, que não se candidatará a um terceiro mandato presidencial nas eleições de abril e maio e que está se preparando para deixar a política. "Há vida depois da política. Há vida até a morte", responde Chirac ao apresentador do programa "Vivement Dimanche" da France 2, que foi dedicado à primeira-dama Bernadette Chirac. Segundo trechos da entrevista adiantados nesta quinta-feira pela imprensa, o presidente, de 74 anos, há quase doze no Palácio do Eliseu, explicou que não "cultua o passado". "Eu me entreguei totalmente à missão que atribuí a mim mesmo, a serviço dos franceses. Posso ser aprovado ou criticado, pouco importa. Sempre tentei trabalhar para os franceses. Se eu deixar de ter responsabilidades desta natureza, tentarei servir à França de outra maneira", afirmou o presidente. As pesquisas mostram que uma arrasadora maioria dos franceses não quer que ele seja candidato à reeleição no pleito de abril. As enquetes anunciam um duelo entre o candidato da conservadora e governante União por um Movimento Popular (UMP), Nicolas Sarkozy, e a do Partido Socialista (PS), Ségolène Royal. No domingo, Royal deve apresentar parte de seu programa presidencial em um grande comício nos arredores de Paris, com o qual espera devolver algum fôlego a sua campanha, diante das pesquisas que dão vantagem a Sarkozy. Saudades No programa da France 2, Bernadette Chirac diz que sentirá "muitas" saudades do Palácio do Eliseu. "Mas me adaptarei. É preciso aceitar o que o destino decide", afirma Bernadette, a quem o presidente agradece por seu papel e cujo senso político reconhece. A insinuação de Chirac de que se prepara para deixar a política, depois de mais de quatro décadas, apenas confirma as expectativas de pessoas próximas ao presidente e dos analistas políticos. Rumores sobre a saúde de Chirac se proliferam desde que ele se internou secretamente, em setembro de 2005, devido a um problema arterial que afetava sua visão e provocava dores de cabeça.

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