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Choques na Bolívia fazem mais cinco mortos

Manifestantes e Exército entraram novamente em conflito. Centrais sindicais exigem a renúncia do presidente Gonzalo Sánchez de Lozada

Por Agencia Estado
Atualização:

A tensão social na Bolívia, iniciada há quase um mês, aumentou ainda mais hoje após novos choques entre manifestantes e tropas do Exército e mais cinco mortos e 50 feridos na cidade de El Alto, enquanto dirigentes sindicais ameaçavam intensificar os bloqueios de estradas e a paralisação do transporte público. Um forte controle militar foi imposto em El Alto, a 12 km de La Paz, que, no sábado, foi foco da convulsão social, no quinto dia de uma greve convocadas pelas centrais sindicais, exigindo a renúncia do presidente Gonzalo Sánchez de Lozada e a suspensão da proposta de exportação de gás, através do Chile, para os Estados Unidos e o México. A greve em El Alto é total. Nenhum veículo circulou pela cidade depois que o governo - que denunciou ameaça de golpe de Estado instigado pelo líder oposicionista Evo Morales - determinou a militarização da área. Em vários pontos de El Alto manifestantes continuavam hoje protestando contra o governo com fogueiras e lançando pedras em soldados, que patrulhavam a cidade de 750 mil habitantes - a maioria de classe média empobrecida e migrantes indígenas aymaras e quechuas. Manifestantes entravam em contato com emissoras de rádio locais, por telefone, para protestar contra o governo e denunciar que soldados disparavam contra as pessoas. Desde que começou a violência, 20 pessoas - entre elas dois meninos - morreram em choques com soldados e policiais, dez delas em incidentes nos últimos quatro dias em El Alto. Os principais dirigentes sindicais se declararam na clandestinidade após a denúncia de ameaça de golpe de Estado feita pelo governo. Soldados conseguiram hoje desbloquear rodovias em El Alto, permitindo a passagem de caminhões-tanque para La Paz. A capital boliviana estava quase sem combustíveis devidos aos bloqueios em El Alto.

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