Chuva de promessas encerra campanha no Peru

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Por Agencia Estado
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Os candidatos à presidência nas eleições de domingo no Peru encerraram nesta quinta-feira suas campanhas, lançando uma chuva de promessas e propaganda pela televisão. Em um dos filmetes de publicidade, o ex-presidente Alan García aparece cantando uma canção popular peruana. A campanha presidencial de quase três meses se desenvolveu em meio a raros incidentes entre simpatizantes dos candidatos mais populares, sem atos de violência. Alejandro Toledo, Lourdes Flores e Alan García, os três preferidos segundo as pesquisas, subscreveram separadamente, nos dias anteriores, um "Acordo de Governabilidade" promovido pelo jornal La Republica, de Lima. Trata-se de um documento pelo qual os dirigentes políticos e seus partidos se comprometem a cooperar com o futuro governo, qualquer que seja o eleito, a fim de tirar o país da crise política herdada do regime do presidente Alberto Fujimori, destituído em novembro passado. García, que foi presidente entre 1985 e 1990, participou na quarta-feira de uma grande manifestação em Lima durante a qual prometeu reativar o Banco Agrícola para conceder créditos aos camponeses e disse que sua política econômica incentivará a queda dos juros. Nesta quinta-feira à noite, García pretende realizar seu último comício em Trujillo, a terceira cidade do país e reduto de seu Partido Aprista, 305 km a noroeste de Lima. O ex-governante, de 51 anos, apareceu em recentes anúncios de televisão cantando em um estúdio de gravação a canção "Y se llama Perú", acompanhado do cantor profissional Arturo Cavero. Em uma entrevista, ele explicou que o canto era uma forma de chegar até às pessoas. São os últimos atos de campanha, uma vez que a lei eleitoral estabelece que a propaganda e os comícios devem encerrar-se à meia-noite desta quinta-feira, três dias antes da jornada eleitoral. Lourdes Flores, a única mulher na disputa presidencial, em seu penúltimo comício, nesta quarta-feira, prometeu "um futuro diferente" e programas de governo para que todos os peruanos "tenham acesso a um emprego digno", dizendo que se preocupará especialmente com as mulheres, os jovens e os aposentados. Rejeitou acusações de seus rivais, que declararam que seu governo seria uma continuidade do governo de Fujimori, que buscou refúgio no Japão desde sua escandalosa queda em meio a escândalos de corrupção, enriquecimento ilícito e violações aos direitos humanos. Alejandro Toledo, do partido Peru Possível e favorito nas pesquisas - as últimas lhe dão 80% de probabilidades de ser eleito - prepara-se para um grande comício de encerramento de sua campanha nesta quinta-feira à noite. Os 14,9 milhões de eleitores peruanos deverão eleger, além do presidente, dois vice-presidentes e 120 deputados do Congresso unicameral. Se nenhum dos candidatos presidenciais obtiver maioria absoluta no primeiro turno, um segundo turno será realizado entre os dois primeiros dos oito aspirantes. O ganhador das eleições deverá receber o mando das mãos de Valentín Paniagua, designado presidente interino após a destituição de Fujimori.

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