Chuva mata 10 e deixa Haiti em estado de alerta

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PORTO PRÍNCIPEPelo menos dez pessoas morreram e três desapareceram durante as fortes chuvas que castigam o Haiti desde o fim de semana. Oito corpos foram encontrados na capital, Porto Príncipe, e outros dois em Fontamara.O país, arrasado em 12 de janeiro por um terremoto de 7 graus na escala Richter que deixou quase 300 mil mortos e 1 milhão de desabrigados, está localizado em uma das áreas do Caribe mais expostas a tempestades tropicais e furacões, cuja temporada tem início entre outubro e novembro. Nove meses depois do terremoto, a capital, onde vivem 3 milhões dos 8 milhões de haitianos, ainda está tomada por acampamentos formados por barracas doadas por ONGs de ajuda humanitária e tendas improvisadas com sacos plásticos.A defesa civil haitiana teme que a temporada de furacões deste ano seja uma das mais destruidoras em razão das condições precárias em que o país se encontra. Nem os escombros do Palácio Presidencial, construção mais emblemática do Haiti, foram removidos.Eleições presidenciais. Alguns dos oito mortos de Porto Príncipe teriam sido soterrados no desmoronamento de terra, ocorrido próximo a um acampamento de desabrigados. Entre os mortos, há uma menina de 2 anos e um bebê de 11 meses, de acordo com Nadia Lochard, da defesa civil da capital. Outros corpos foram encontrados perto de rios e córregos, o que pode indicar que eles também tenham sido arrastados pelas enxurradas.As fortes chuvas dificultam o deslocamento das equipes de resgate e as buscas aos três desaparecidos. Os campos onde foram armadas as barracas de emergência estão alagados. Poucos desses locais - normalmente os que são administrados por ONGs de ajuda humanitária, como a Médicos Sem Fronteiras (MSF) - contam com canais de drenagem capazes de evitar que as barracas sejam levadas pelo lodo.Apenas em outubro, 23 haitianos morreram em consequências das chuvas. Nenhum furacão chegou ao país este ano. A maioria das mortes foi registrada na região sul do Haiti. Analistas temem que novas tragédias provocadas pelas chuvas coincidam com as eleições presidenciais de novembro - período normalmente tenso, marcado por manifestações e confrontos no país. / AP, REUTERS e AFP

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